2013 marca avanços na consolidação da Política Nacional de Formação da CUT
XVIII Enafor apontou objetivos para a formação sindical frente aos desafios da Central no período
Publicado: 18 Dezembro, 2013 - 00h00
O desenvolvimento do Plano Nacional de Formação em 2013 possibilitou avanços importantes no tocante a consolidação da estratégia da Política Nacional de Formação da nossa Central Sindical, o que denota grandes possibilidades de chegarmos até o final do mandato em 2015, bem próximos dos resultados e metas planejadas. No XVIII Encontro Nacional de Formação (Enafor) realizado no último mês de Abril, apontamos quatro grandes objetivos para a formação sindical frente às análises realizadas sobre os desafios da CUT no período:
1. Contribuir no fortalecimento da estratégia política e organizativa da CUT em todos os níveis;
2. Avançar no processo de descentralização das ações da formação sindical, como condição para a sua maior cobertura junto ao conjunto das entidades filiadas e instâncias;
3. Fortalecer o trabalho articulado com as demais secretarias tendo em vista a necessidade de maior organicidade da formação sindical na implementação do conjunto das políticas da CUT;
4. Consolidar nossa concepção metodológica nos campos da formação sindical e da educação profissional na perspectiva da formação inicial e continuada como condição para maior consistência das nossas intervenções na defesa de um projeto de educação para jovens e adultos tendo como referencia a noção de educação integral
A definição de tais objetivos, estrategicamente foram definidos tendo como horizonte os grandes desafios da nossa Central de disputar um novo padrão de relações de trabalho e de desenvolvimento econômico e social sustentáveis para o Brasil.
Como meios para caminharmos nesta direção, apontamos como prioridades da PNF/CUT para o período, a serem desenvolvidas através de programas, ações nos seguintes campos: a) Formação de Formadores/as - FF; b) Organização e Representação Sindical de Base – ORSB; c) Negociação e Contratação Coletiva – NCC; d) Desenvolvimento, Políticas Públicas e Ação Regional – DPPAR e; f) Política e Sindicalismo Internacionais – PSI.
A partir daí, desde a Secretaria Nacional de Formação, passando pelas Secretarias Estaduais de Formação, Escolas Sindicais e Secretarias de Formação dos Ramos formularam seus respectivos planos de formação.
Como balanço parcial (já que esta estratégia seguirá até o final do mandato - 2015) podemos afirmar que o conjunto das ações desenvolvidas na Rede Nacional de Formação têm possibilitado avanços importantes no processo de descentralização da formação sindical, sobretudo no que tange a ampliação da sua oferta nas diferentes regiões. Em todas as Estaduais da CUT o processo de formação de base está em desenvolvimento em consonância com o desafio da interiorização das ações da CUT nas diferentes regiões do país. Para além, da formação continuada no âmbito do processo de formação de formadores/s - FF, em todas as regiões novas turmas de FF foram iniciadas e concluídas, buscando-se a consolidação de um quadro qualificado de dirigentes formadores/as que contribuam efetivamente no processo de ampliação da cobertura da formação sindical junto ao conjunto das entidades filiadas. Também através das Escolas Sindicais, neste ano de 2013, iniciamos de forma robusta a implementação dos programas sobre Negociação e Contratação Coletivas – NCC e Desenvolvimento, Políticas Públicas e Ação Regional – DPPAR. Ações estratégicas da formação sindical no sentido de ampliar o processo de qualificação de quadros dirigentes com ampla capacidade de compreenderem as concepções da CUT nestes dois diferentes campos – relações de trabalho e atuação institucional - de atuação e aprimorarem suas formas de intervenção. Através do desenvolvimento do programa sobre Política e Sindicalismo Internacionais, além de avançarmos em um processo consistente de formação de quadros dirigentes (este ano está em curso a 3ª turma) no âmbito dos temas relacionados à Política Internacional da CUT, consolidamos uma relação extremamente relevante com o mundo acadêmico – CESIT/UNICAMP – fundamental para nossa maior e mais profunda compreensão sobre os fundamentos das atual crise econômica que ainda ronda o mundo e os grandes desafios para o sindicalismo.
Como indicadas pelo XVIII ENAFOR, para além das ações prioritárias desenvolvidas através dos programas, destacamos ainda ações importantes desenvolvidas pela Secretaria Nacional de Formação:
1. Implantação do curso de Formação de Formadores/as em Comunicação, através do qual se busca responder uma demanda significativa de formação de quadros dirigentes e assessores/as neste tema. Através desta ação desenvolvida de forma articulada com a Secretaria Nacional de Comunicação – SECOM/CUT e em parceria com a USP LESTE, formamos 28 dirigentes, assessores/as e educadores/as, que agora terão o desafio de garantir a descentralização desta ação em todas as regiões e ramos que participaram do curso.
2. Consolidação da proposta dos itinerários formativos voltados para o processo de formação de jovens lideranças sindicais, respondendo ao desafio de se construir novas metodologias (concepção, linguagens, conteúdos, estratégias formativas) voltadas para este segmento que está entre os mais atingidos pelo processo de precarização das relações de trabalho e está pouco envolvido no cotidiano das ações sindicais. Esta proposta de formação se insere no conjunto daquelas que estão configurando o projeto “juventude da CUT em Ação”, formulado e gestado de forma articulada com a Secretaria Nacional da Juventude da CUT, envolvendo todas as Escolas Sindicais.
3. Elaboração do curso de extensão universitária sobre Gestão Sindical a ser implantado em 2014. Toda a concepção do curso foi elaborada em uma oficina em parceria com a Secretaria Nacional de Administração e Finanças, que contou ainda com a participação da Secretaria Nacional da Organização e o GT do Orçamento Participativo. O curso de gestão sindical será desenvolvido de forma articulada à SNAF e em parceria com o Núcleo de Pesquisa e Extensão do Centro de Economia e Administração da PUC Campinas.
4. Consolidação dos cadernos de formação sobre relações sociais de gênero e sindicalismo; juventude, mercado de trabalho e sindicalismo. Elaborados em parceria com as Secretarias Nacionais da Mulher Trabalhadora e da Juventude, respectivamente, estes materiais já estão sendo utilizados no processo de formação continuada de dirigentes no âmbito do programa sobre ORSB, como condição para que os mesmos incorporem no seu cotidiano as questões relacionadas a estas temáticas. Por outro lado, trata-se de uma estratégia da formação de forma a contribuir no processo de descentralização das demais políticas da CUT. Para 2014, pretendemos consolidar mais 2 cadernos sobre saúde do trabalho e discriminação racial. Neste período, foi elaborado também o 1º caderno de formação sobre Desenvolvimento, Políticas Públicas e Ação Regional que já está sendo utilizado no processo de formação de conselheiros.
5. Iniciamos um processo de diálogo com a Universidade Federal do ABC sobre a possibilidade de uma parceria para o desenvolvimento de um estudo sobre indicadores de desenvolvimento regional/territorial, como uma das condições para aprimorarmos o processo de reflexão sobre os desafios do desenvolvimento sustentável sob a ótica dos trabalhadores em todas as regiões do país. Por outro lado, tais estudos poderão subsidiar o processo de elaboração das plataformas de desenvolvimento regional/territorial sobre as quais as regiões terão que se debruçarem como decorrência das prioridades apontadas no processo de planejamento da Direção Executiva Nacional. A proposta está em fase de elaboração.
6. Realizamos a 1ª Conferência Nacional de Educação da CUT, como meio para ampliar a compreensão das entidades, particularmente daquelas que não são do campo da educação, sobre a importância da CONAE e como meio para consolidarmos as propostas da CUT no que tange as ações prioritárias para se alcançar as 20 metas previstas no Plano Nacional de Educação. Nesta 1ª Conferência foi aprovada uma carta com enfatizando à importância da Educação como política pública, em uma perspectiva republicana, ou seja, como direito de todos e todas, bem como um conjunto de propostas apontadas as quais foram utilizadas como subsídios pelos nossos dirigentes que participaram das etapas municipais/estaduais, bem como pelos dirigentes que estão representando a CUT na Coordenação Nacional da CONAE. Ainda neste evento, debatemos em profundidade o tema da educação profissional e tecnológica, reflexão que foi relevante para a maior qualificação da intervenção dos representantes da CUT nos espaços onde este tema está em questão.
7. Estamos participando do processo de cooperação e intercâmbio que vem sendo promovido pela CUT, através da SRI em países da África: Angola, Moçambique e Cabo Verde, socializando nossas experiências no campo da formação sindical, particularmente no que diz respeito aos temas sobre planejamento estratégico, formação de formadores e gestão sindical.
8. Estamos contribuindo na consolidação de uma proposta metodológica junto a ACTRAV/OIT para abordagem do conceito de trabalho decente de forma articulada entre seus 4 eixos estruturantes: Normas, Emprego, Proteção Social e Diálogo Social, bem como na construção de diretrizes para a abordagem das questões relacionadas à formação profissional como um dos instrumentos de combate a informalidade e a precarização do trabalho.
9. Participamos do Conselho de Gestão do programa de formação para dirigentes sindicais Global Labour University (GLU) da OIT, acompanhando as atividades dos programas de mestrados no Brasil e também acompanhando os estudantes brasileiros nos outros países, procurando integrar a estratégia sindical e atividades acadêmicas. Além disso, fazemos parte do grupo de formulação do curso sobre Normas Internacionais do Trabalho (Global Worker Rights), que será implementado no primeiro semestre de 2014.
10. Retomamos o funcionamento do Núcleo Nacional de Gestão da Política Nacional de Formação, como um espaço permanente de diálogo entre SNF, Escolas e Ramos. Este espaço será fundamental na construção de iniciativas que contribuam na superação dos problemas referentes à desarticulação das ações no campo da formação sindical em todos os âmbitos da Rede Nacional de Formação da CUT.
11. Fizemos o acompanhamento do processo de desenvolvimento do projeto político-pedagógico da Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha em Florianópolis que, na perspectiva da Educação Integral, vem se consolidando como uma referência no processo de definições sobre políticas e programas de Educação Profissional voltada para jovens e adultos.
Em que pese nos últimos anos a Direção Executiva Nacional vir destinando, através do eixo formação, recursos para o desenvolvimento do Plano Nacional de Formação de Dirigentes, é geral a constatação da insuficiência dos recursos previstos para atender as demandas, decorrentes do próprio processo de ampliação da cobertura da formação sindical. Esta dificuldade está presente tanto no desenvolvimento da formação de base – módulos do ORSB, quanto nas ações desenvolvidas pelas Escolas Sindicais. Em relação às Escolas Sindicais o desafio do financiamento se coloca de forma mais desafiadora já que o objetivo é elevá-las a um padrão de excelência no processo de formação de quadros dirigentes nos diferentes campos de atuação da CUT. Algumas iniciativas no sentido de compartilhar responsabilidades com o financiamento da formação, tal como a definição e cobrança de taxa de inscrição em algumas atividades, estão sendo implementadas. Porém, ainda insuficiente para suprir esse desafio. Este é um dilema que está e continuará pautado no próximo período no âmbito da Rede de Formação e junto às entidades.
No próximo mês de Fevereiro de 2014, estaremos realizando a reunião do Coletivo Nacional de Formação da CUT, onde pretendemos além de consolidarmos este balanço qualitativo, teremos melhores condições de mensurar o universo dos/as dirigentes que participaram das ações formativas em 2013. Finalmente, queremos afirmar que temos consciência do papel e dos desafios que estão postos para a CUT e as responsabilidades que cabem a formação sindical. Assim, esperamos em 2014 contar com o mesmo empenho de todas e todos que dedicam parte da sua militância sindical para atuarem na formação sindical com paixão e afinco. Muitas dificuldades ainda necessitamos enfrentar e construirmos juntos respostas. No entanto, pelo feito neste ano no âmbito da Política Nacional de Formação temos certeza que nossa Central Sindical continuará fazendo a diferença no processo de disputa pelos corações e mentes da classe trabalhadora em 2014, estratégia fundamental no processo de disputa de hegemonia na sociedade.
Fonte: CUT Nacional