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25 de novembro - Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher

Enquanto houver uma mulher sendo agredida, maltratada, morta ou violentada, estaremos nas ruas denunciando e exigindo o direito a uma vida livre de toda forma de violência contra a mulher

Publicado: 26 Novembro, 2013 - 00h00

É UM DIA DE LUTA, PARA QUE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER SEJA, DE UMA VEZ POR TODAS, ELIMINADA DA SOCIEDADE E DA VIDA DAS MENINAS E MULHERES!
Enquanto houver uma mulher sendo agredida, maltratada, morta ou violentada, estaremos nas ruas denunciando e exigindo o direito a uma vida livre de toda forma de violência contra a mulher.
E não são poucas as formas de violência sofrida pelas mulheres, no Brasil e no mundo, simplesmente pelo fato de “serem mulheres” – na infância, na adolescência, na vida adulta, na “terceira idade”. O convívio com a violência física, moral, sexual, psicológica, patrimonial, familiar e outras, é imposto na sociedade pela cultura machista-patriarcal, que preconiza e reforça no dia a dia a mulher como um ser inferior e objeto de posse.
Por consequência, o sentimento de poder do homem-macho-soberano sobre a vida das mulheres, vai desde o nascimento com a cor rosa ao cerceamento da liberdade total: o falar, o andar, o vestir, o cabelo; o relacionamento, o amor, a orientação sexual; como se comportar “dentro e fora de casa”; o corpo que, embora sendo seu, da própria mulher, essa cultura milenar machista que vem sendo, ao longo dos tempos, transferida de pai para filho, impõe que nada lhe pertence e que à ela não cabe nenhum direito.
Esta situação que é produzida e reproduzida cultural e historicamente, é integrante do aprendizado para se tornar homem e mulher. A violência contra a mulher é a mais dura expressão do machismo na sociedade!
Como não poderia ser diferente, convivemos com a imposição dessa cultura nas relações de vizinhança, na mídia, nas relações de trabalho e a consequência é a discriminação, o assédio moral, sexual e desigualdade salarial, sobretudo nos cargos de poder e decisão.
As mulheres, mesmo sendo maioria da população brasileira, maioria de eleitoras e mais escolarizadas que os homens, permanecem na posição de inferioridade, principalmente as mulheres negras: salário inferior, mesmo trabalhado na mesma função; são as principais impactadas com o trabalho informal, precário e terceirizado; correspondem a mais da metade da população desempregada; são maioria entre os que recebem até um salário mínimo; maioria dos que vivem em situação de miséria e pobreza; e absoluta minoria em cargos de poder e decisão.
O desequilíbrio de poder nos locais de trabalho e as condições precárias de emprego de grande parte das mulheres, expõe mais ainda à vulnerabilidade do assédio sexual, uma das manifestações dessa violência.
A violência doméstica e familiar também repercute no mundo do trabalho porque afeta a capacidade física e mental para trabalhar.
Em 7 de agosto de 2006, avançamos no combate à violência com nossa grande conquista, que é a Lei Maria da Penha. Promulgada pelo ex-presidente Lula, a Lei Maria da Penha criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher e, passados sete anos, balanço do Ligue 180 aponta que o serviço prestou mais de 470 mil informações sobre a lei. Somente no primeiro semestre deste ano, foram 15.593 atendimentos, totalizando 14% das 111.037 informações referentes às legislações. Por dia, a média foi de 86 informações sobre a Lei Maria da Penha. E, por semana, cerca de 2.600.
Importante destacar que entre os relatos de violência (37.582 ocorrências em que há detalhamento sobre as agressões), a física é a mais frequente, atingindo 20.760 ocorrências - 55,2% dentre os cinco tipos definidos pela Lei Maria da Penha. A violência psicológica teve 11.073 (29,5%); moral, 3.840 (10,2%); sexual, 646 (1,7%) e patrimonial, 696 (1,9%). Foram 304 cárceres privados e 263 casos de tráfico de pessoas; nos primeiros seis meses deste ano, Gabriel Monteiro (SP, com 2.708 residentes), Rio Doce (MG, de 2.468 habitantes) e Amapá (AP, população de 8.005 pessoas) ocuparam, respectivamente, as primeiras posições em acesso ao serviço da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM). É o que revela o ranking de 50 municípios por taxa, segundo a população feminina por grupo de 100 mil mulheres.
Pesquisa de opinião, realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão, revelou que 7 em cada 10 entrevistados consideram que as brasileiras sofrem mais violência dentro de casa do que em espaços públicos, sendo que metade avalia ainda que as elas se sentem de fato mais inseguras dentro da própria casa.
Os dados revelam que o problema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher não ocorre apenas em famílias pobres.
BASTA DE VIOLÊNCIA! Dia 25 de novembro é mais um dia de luta!
Em 1991, após a realização do I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia, foi definido o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher. A data presta homenagem àss irmãs Mirabal – Pátria, Minerva e Maria Teresa, ativistas políticas brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960 por enfrentar a ditadura de Trujillo, na República Dominicana.
Continuaremos nas ruas até que a violência contra a mulher seja eliminada da sociedade e das nossas vidas!
Por isso, estamos em "Caravana da CUT/SP por Autonomia e Igualdade – Novembro de Luta contra a Violência a Mulher", que teve início dia 9 de novembro, em Presidente Prudente, e se encerrará com ato no dia 6 de dezembro, às 16h, no Sindicato dos Químicos de São Paulo, onde a presença de todas e todos será de fundamental importância.
Reafirmamos que a violência contra a mulher é bandeira de luta permanente da Central Única dos Trabalhadores, porque entendemos que o fim dessa violência é determinante para a construção de uma nova sociedade e de um novo mundo, justo, democrático, com respeito à diversidade e à igualdade entre homens e mulheres!
Fonte: CUT Nacional