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Controle de farmacêuticas e racismo estrutural aumentam as desigualdades de acesso à vacina para todes

83% das vacinas aplicadas no mundo foram distribuídas em países de renda alta e só 0,1% delas em países de baixa renda. A África concentra o maior número de países que nem sequer iniciaram a vacinação

Publicado: 13 Abril, 2021 - 15h27

Escrito por: Women in times of pandemic

Natalia Gregorini
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Já sabemos que a vacina é única solução para a pandemia de Covid-19. E vacinação é estratégia de saúde coletiva por princípio e por eficácia. Pelo menos 70% da população precisa ser vacinada para que a imunidade de rebanho seja alcançada e a propagação do vírus seja limitada. E isso tem que acontecer no mundo todo: se os casos de Covid-10 seguirem descontrolados em partes do mundo, aumentam as chances de surgirem variantes mais contagiosas e resistentes à vacina.

Mas desde que a vacinação começou no mundo, há alguns meses, as desigualdades de acesso vêm aumentando, e acontecem tanto entre regiões e países quanto entre grupos populacionais. As causas incluem o controle colonial de empresas farmacêuticas dos países mais ricos sobre o acesso às vacinas e o racismo estrutural dos sistemas de saúde.

- Hoje, 83% das vacinas já aplicadas foram distribuídas em países de renda alta; só 0,1% das vacinas foram aplicadas em países de baixa renda.

- O continente africano concentra o maior número de países que ainda não iniciaram a vacinação.

- Enquanto 55% da população de Israel já recebeu as duas doses da vacina, o Haiti ainda não tem vacinas disponíveis para sua população.

- No Brasil, 56% da população é negra. Entre as pessoas que trabalham em atividades essenciais nos setores de saúde, assistência social, limpeza e atendimento a clientes em mercados, 61% são negras. Mas até meados de março de 2021, o país registrava duas vezes mais pessoas brancas vacinadas que negras.

Precisamos de vacinas para todas as pessoas.

Saiba mais: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp2103614