Campanha Salarial 2017 dos Municipais priorizará defesa da democracia
As lutas contra as reformas da Previdência e trabalhista, e a defesa do direito de eleger
Escrito por: Déborah Lima • Publicado em: 09/01/2017 - 19:27 • Última modificação: 16/01/2017 - 17:20 Escrito por: Déborah Lima Publicado em: 09/01/2017 - 19:27 Última modificação: 16/01/2017 - 17:20. Com data-base em janeiro de 2017, municipais prometem resistir e lutar contra golpes
Os servidores públicos municipais brasileiros iniciaram o Ano Novo com força total. Muitos sindicatos da categoria começaram 2017 com o pé direito, lançando a Campanha Salarial Nacional Unificada em atos públicos promovidos em diversos municípios espalhados pelo País.
Com o tema 'Resistir e lutar pela construção de um Estado justo para todos e todas", a Campanha Salarial vai além das reivindicações corporativas, refletindo a indignação dos trabalhadores (as) com os ataques à democracia e aos direitos, que agravaram a crise política e econômica desde o golpe de Estado, consumado em 31 de agosto de 2016.
Crise só se aprofunda
Quatro meses depois da deposição ilegal da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso Nacional, o governo do presidente ilegítimo Michel Temer só conseguiu aprofundar a crise e iniciar um processo de desmonte do Estado, das políticas públicas e da soberania nacional.
"Em 2017, quem continuará pautando a política nacional serão as mesmas elites que patrocinaram o golpe e os servidores municipais estarão a postos para reagir à essa agenda conservadora que põe em risco o futuro do Brasil. A nossa Campanha Salarial será um momento único para denunciarmos esses ataques e mobilizarmos a sociedade a reagir", afirma a presidente da Confetam/CUT, Vilani Oliveira.
Um governo para os ricos
Fruto de um conluio entre as classes dominantes e o capital internacional, com o apoio da mídia nacional e do Poder Judiciário, o golpe parlamentar visa claramente mudar o perfil do Estado brasileiro, priorizando 1% da população mais rica, em detrimento das políticas sociais voltadas para os mais pobres, adotadas a partir de 2003, com a primeira eleição do ex-presidente Lula.
O resultado dessa guinada à direita é arrocho salarial, privatização das empresas e dos serviços públicos, entrega das riquezas nacionais às multinacionais e a diminuição dramática dos investimentos em áreas sociais consideradas essenciais, como saúde, educação e segurança públicas. "Está mais do que claro que o governo dos sem voto pretende governar sem o povo e contra o povo", resume a presidente da Confetam.
O pior ainda está por vir
Apesar da aprovação da entrega do pré-sal às petrolíferas estrangeiras, da PEC que congela os investimentos públicos por duas décadas, e das tentativas do governo golpista de impor a terceirização sem limites, a prevalência do negociado sobre o legislado, a flexibilização do contrato de trabalho, entre diversas medidas prejudiciais aos trabalhadores, Vilani Oliveira destaca que o pior ainda está por vir.
Para a presidente da Confetam/CUT, as reformas trabalhistas e da Previdência serão o golpe de misericórdia na classe trabalhadora brasileira. "Neste circo de horrores, a eventual aprovação das mudanças previstas no setor da Seguridade Social, entre elas a aposentadoria aos 65 anos para homens e mulheres, significará a completa derrocada dos direitos trabalhistas no Brasil. Por isso, precisamos resistir e lutar contra as mais nocivas de todas as reformas de Temer, transformá-las nas nossas principais bandeiras de luta, e exigir que seja devolvido ao povo o direito de escolher nas urnas um governo legítimo", conclui Vilani Oliveira.
Resistir é a palavra de ordem
Segundo a presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, fazer o debate e reagir à atual conjuntura será o principal papel da Campanha Salarial Nacional Unificada 2017 da categoria.
"O que nos resta é resistir aos golpes dados a cada dia nos brasileiros e não permitir que os governos municipais, estaduais e federal usurpem direitos duramente conquistados pelos trabalhadores", convoca.
Confira a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2017
- Defesa da democracia
- Reajuste acima da inflação para salários, inclusive o mínimo;
- Concursos públicos;
- Cumprimento do piso salarial e valorização da carreira;
- Fim da terceirização;
- Orçamento participativo;
- Fim da corrupção;
- Justiça Fiscal;
- Igualdade de direitos e oportunidades;
- Pelo fortalecimento do SUS/SUAS
- Por uma educação crítica e libertadora;
- Pela democratização dos meios de comunicação.