MENU

Cearenses fazem hoje passeata contra o golpe

Trabalhadores reafirmarão o repúdio à ruptura democrática e denunciarão que impeachment empurrará o povo num abismo de retrocessos

Publicado: 01 Maio, 2016 - 08h56

Escrito por: Confetam/CUT

.
notice
.

Neste 1º de maio, data em que é celebrado o Dia do Trabalhador, a Central Única os Trabalhadores (CUT/CE), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CUT/CE), a Frente Brasil Popular, o movimento Ceará Contra o Golpe e diversas entidades sindicais, sociais e populares do Estado realizam uma grande manifestação em defesa da democracia, dos direitos da classe trabalhadora e contra a tentativa do Congresso Nacional de destituir ilegalmente a presidente Dilma Rousseff.

A concentração iniciou às 8 horas deste domingo (01), na Areninha Pirambu (antigo Kartódromo). De lá, os manifestantes saem em passeata pela Avenida Presidente Castelo Branco (Leste Oeste) até o Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Barra do Ceará, onde serão realizadas atividades culturais e políticas.

Além de reafirmar a posição da classe trabalhadora contra a ruptura democrática no País, a mobilização de rua leva para o povo da periferia de Fortaleza a denúncia de que o maior golpe ainda estar por vir e é contra os direitos dos trabalhadores brasileiros. A derrubada de Dilma tem por trás o objetivo de aplicar retrocessos sociais e trabalhistas. É o que está proposto no programa de governo do vice-presidente de Michel Temer, chamado de “Ponte para o Futuro”.

Ponte para o abismo

“O plano de governo do Temer é, na verdade, um abismo de volta para um passado de exclusão social e econômica dos trabalhadores, das periferias e do povo brasileiro em geral. A tal ponte para o futuro do vice golpista só beneficia os atuais patrocinadores do golpe, principalmente o Capital internacional”, denuncia a presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira. 

Entre as propostas de Temer, que assume a Presidência da República caso o impeachment de Dilma seja aprovado no Senado Federal, estão a revisão de direitos previstos na Constituição de 1988; a redução drástica das receitas destinadas à saúde, educação e transferência de renda; a extinção de benefícios previdenciários; a privatização das estatais e entrega do pré-sal a empresas internacionais; a terceirização sem limites; a destruição de normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a prevalência do negociado sobre o legislado; o término da política de aumentos reais anuais do salário mínimo e da vinculação do piso dos benefícios da previdência; o aumento da idade mínima para se aposentar; a reforma tributária regressiva em benefício dos ricos; um ajuste fiscal restritivo para fazer superávits primários; a manutenção da política monetária de juros altos; e o realinhamento com EUA e o neoliberialismo, que tanto sufocou o Brasil e provocou desigualdades.

Entenda o golpe

Alegando um crime de responsabilidade pela prática da chamada “pedalada fiscal” (um procedimento contábil que não constitui crime de qualquer espécie) e expondo um verdadeiro arsenal de preconceitos e objetivos políticos escusos, a Câmara dos Deputados - composta em imensa maioria por empresários, ruralistas e conservadores, mais de uma centena deles investigados ou acusados de crimes de corrupção -, aprovou no dia 17 de abril o impeachment da presidente.  

Após a aprovação, o processo foi remetido ao Senado, que decidirá se Dilma será afastada da Presidência. Se for, Michel Temer, citado como beneficiário de propinas na operação Lava Jato e também acusado de pedalada fiscal, terá como vice o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, principal articulador do golpe na Casa.

Na ausência de Temer, seja por viagem, renúncia, morte ou cassação, assume a Presidência Eduardo Cunha, réu em processos de corrupção, lavagem de dinheiro e considerado o maior beneficiado com a destituição de Dilma, juntamente com tucanos, outros grupos derrotados nas eleições de 2014, além de empresários e industriais que não só apoiam como patrocinam o golpe de Estado.

Ao contrário de seus algozes, Dilma Rousseff não possui nenhuma denúncia de crime de corrupção, desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito ou ocultação de contas bancárias no Exterior. Por isso, os movimentos sociais entendem que o impeachment é golpe, já que Dilma não cometeu nenhum crime que justifique o afastamento dela da presidência.

Com informações dos Comunicadores pela Democracia e CUT/CE