Escrito por: Confetam/CUT

Confetam/CUT se solidariza com vítimas de incêndio criminoso de creche em Janaúba

Vigia matou sete crianças e uma professora em Minas Gerais. 43 vítimas, sendo 39 crianças, continuam internadas, muitas em estado grave.

.
.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) vem a público manifestar profundo pesar e solidariedade aos alunos e profissionais do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, no Bairro Rio Novo, em Janaúba (MG), vítimas de ataque incendiário por parte do vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos. 

O ataque resultou na morte de sete crianças de quatro anos - Luiz Davi, Juan Miguel, Ana Clara, Juan Pablo, Renan Nicolas, Cecília Davina e Yasmin Medeiros -, da professora Helley Abreu Batista, de 43 anos - que lutou contra o agressor para defender a vida dos alunos -, e do vigia, que ateou fogo ao próprio corpo. Das 43 pessoas que seguem internadas em função das queimaduras, 39 são crianças, várias delas em estado grave.

O vigia era funcionário efetivo da Prefeitura de Janaúba desde 2008. Em setembro, alegando problemas de saúde, ele teria pedido afastamento. No dia do crime, ocorrido na quinta-feira (5), ele retornou a creche, supostamente para entregar um atestado médico, incendiou o local e suicidou-se em seguida.

Uma das principais preocupações da sociedade brasileira, a insegurança tem se transformado num fantasma que ronda até mesmo ambientes de ensino, nos quais alunos, professores e trabalhadores da Educação deveriam gozar de mínimas condições de segurança.

A barbárie de Janaúba revela que a crise enfrentada pelo Brasil não atinge apenas a segurança pública, a política e a economia, mas, sobretudo, os valores, a humanidade e a preservação da vida. A banalização da morte de crianças inocentes é o termômetro do processo de desumanização em curso na sociedade capitalista, na qual vidas perdem inteiramente o valor diante das adversidades enfrentadas por indivíduos atormentados. 

A Confetam/CUT se contrapõe a esse cenário adverso e conclama os servidores públicos municipais de todo o país a se unirem contra a escalada da violência, dentro e fora dos locais de trabalho. Entendemos que o problema só será superado com mudanças drásticas no atual modelo de sociedade e com a união de brasileiros e brasileiras em defesa da vida com um direito humano fundamental e inalienável.  

Fortaleza, 06 de outubro de 2017

Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal - Confetam/CUT