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Confetam/CUT leva a solidariedade dos servidores públicos municipais aos trabalhadores da Ford

Nesta sexta-feira (12), profissionais de Taubaté fizeram um ato carreata contra as demissões geradas pelo fechamento de unidades da montadora no Brasil

Publicado: 12 Fevereiro, 2021 - 15h19

Escrito por: Confetam/CUT

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Carreata contra o fechamento da empresa percorreu as principais ruas do município paulista

Representada pelo diretor Vlamir Lima, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) levou a solidariedade dos servidores públicos municipais aos profissionais da Ford de Taubaté (SP), uma das unidades que serão fechadas no Brasil, deixando um rastro de desemprego no país. Na manhã desta sexta-feira (12), os trabalhadores da Ford fizeram um ato, com carreata pelas principais ruas do município, contra o fechamento da empresa, em defesa dos empregos e pela nacionalização da montadora.

Vlamir Lima, que também é diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo (Sindsep/SP), enfatizou que luta dos profissionais da Ford se soma às lutas gerais da classe trabalhadora pela vacina para todos, pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), pela testagem em massa para controle da pandemia, pelo fim do desgoverno Bolsonaro e por uma política pública capaz de mudar a difícil situação enfrentada atualmente pelo povo brasileiro.

Mais de 123 mil empregos perdidos

Após um século produzindo no Brasil, com incentivos fiscais no valor de R$ 20 bilhões, segundo dados da Receita Federal, a Ford anunciou no dia 11 de janeiro o encerramento das atividades nas unidades de Taubaté e Camaçari (BA), e deve fechar a de Horizonte (CE), de jipes Troller, até o final do ano.

Com o fechamento das unidades da montadora, o pais perde mais de 118.864 vagas no mercado de trabalho, além das 5 mil demissões já anunciadas, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese).

As demissões de vagas diretas, indiretas e induzidas representam uma perda de massa salarial da ordem de R$ 2,5 bilhões ao ano. Além disso, a  queda na arrecadação de tributos e contribuições pode chegar a R$ 3 bilhões ao ano. Segundo o Dieese, cada R$ 1 gasto na indústria automobilística acrescenta R$ 1,40 no valor agregado da economia. As estatísticas foram publicadas pelo portal G1.

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Na semana passada, os sindicatos dos metalúrgicos de Camaçari e Taubaté conquistaram na Justiça do Trabalho a suspensão das demissões até que as negociações com os sindicatos sejam encerradas. As liminares foram expedidas na sexta-feira (5) em resposta a ações movidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A Ford recorreu das decisões.

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A justificativa da Ford para encerrar as atividades no Brasil, o  crescimento da "capacidade ociosa da indústria e à redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas", foi contestada pelo coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira.

Os motivos vão além da capacidade ociosa e do custo Brasil, estão relacionados também ao atraso na produção de veículos híbridos e elétricos e ao advento de aplicativos de transporte compartilhado, como Uber e 99, disse Silvestre ao G1.

Nos últimos cinco anos, a companhia também perdeu espaço no país para as montadoras asiáticas Hyundai e Toyota. Com isso, sua participação nas vendas caiu de 10,4% em 2015 para 7,1% em 2020.

"Quando você fecha uma planta industrial, gera um efeito irradiador na cadeia em geral", disse Silvestre. "Todo país desenvolvido tem uma indústria forte. O Brasil já teve o parque industrial mais diversificado da América Latina", completou.

Fonte: Sindsep/SP e CUT Nacional