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Confetam presta solidariedade ao MST pelo ataque da Polícia Civil de SP à Escola Nacional Florestan Fernandes

Entidade repudia invasão policial organizada em três estados - São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul - contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra

Publicado: 04 Novembro, 2016 - 19h15

Escrito por: Confetam

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A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) presta total solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e repudia de forma veemente a invasão sem mandado judicial, portanto ilegal, da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) pela Polícia Civil de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (4). Nosso repúdio é extensivo às demais invasões violentas das Polícias do Paraná e Mato Grosso do Sul ocorridas, na mesma data, em outras organizações do MST. As invasões arbitrárias são fruto da operação "Castra", uma ação conjunta das polícias dos três estados para criminalizar um dos movimentos sociais mais organizados e respeitados no mundo. 

As invasões ocorreram menos de sete meses depois de dois sem terra terem sido executados e vários trabalhadores feridos à bala numa emboscada da PM do Paraná e de seguranças da madeireira Araupel armada contra famílias do Acampamento Dom Tomas Balduíno. Dezenove anos antes, no mesmo local - nas terras griladas pela Araupel -, em uma outra emboscada, pistoleiros da madeireira assassinaram dois trabalhadores, crimes impunes até hoje.  

Os ataques da operação "Castra" se somam a outros episódios de arbitrariedades típicas de Estados de exceção. Só no mês de março, num interlado de apenas dez dias, a Polícia Federal invadiu a casa do ex-presidente Lula e a sede do Institituto Lula (04/03), e a Polícia Militar de São Paulo invadiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (11/03) e o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (14/03). Trata-se, portanto, de uma ação articulada de repressão contra os movimentos sociais, sindicais, populares e seus líderes.

O ataque à Escola Nacional Florestan Fernandes, entranto, é sintomático. Ao invadi-la, a Polícia Civil de São Paulo não atinge apenas os companheiros do MST, mas todos aqueles que acreditam numa educação libertadora, capaz de transformar as bases de uma sociedade injusta como a brasileira. Na verdade, a educação tem sido a maior vítima dos ataques do governo golpista, que pretende transformar a juventude em mão de obra barata e despolitizada por meio de iniciativas como o projeto Escola sem Mordaça, a Medida Provisória do ensino médio e a PEC 55, que corta investimentos na área educacional.

Ao invés de amordaçar as vozes de jovens, professores e cidadãos, no entanto, a truculência do Estado policialesco - investida com o aval do Poder Judiciário contra estudantes que ocupam mais de mil instituições de ensino em todo o Brasil contra o governo ilegítimo de Michel Temer -, só estimulará e fortalecerá o processo de resistência social crescente contra os retrocessos impostos pelos golpistas à Nação e ao povo brasileiro. 

Toda solidaredade ao MST! 

Toda a solidariedade à Escola Nacional Florestan Fernandes!      

Salve a educação libertadora!

Não vão calar a nossa voz!

Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal - Confetam/CUT

Fortaleza, 04 de novembro de 2016