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Conscientizar o povo e reeleger Lula são as saídas contra o retrocesso

A opinião é do ex-ministro Gilberto Carvalho, que participou de debate sobre conjuntura durante reunião da direção nacional da Confetam/CUT

Publicado: 16 Outubro, 2017 - 22h43

Escrito por: Déborah Lima

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Gilberto Carvalho analisou a conjuntura nacional e internacional na reunião em Brasília

Começou na manhã desta segunda-feira (16), em Brasília, a reunião da direção nacional da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT). Mais de 50 dirigentes de federações e sindicatos de 15 estados - AL, BA, CE, ES, GO, RN, PB, PR, SC, SP, MS, MA, PE, MG e AP  - participam da atividade, que prossegue até quarta-feira (18).

O evento foi aberto pela manhã com uma mística em homenagem ao Dia do Professor, comemorado no dia 15 de outubro. Carregando cartazes em defesa da Educação e dos direitos dos trabalhadores, os participantes cantaram "Anjos da Guarda", de Leci Brandão, música que enaltece a mais importante de todas as profissões.

Em seguida, foi aberto o Seminário Nacional “Desafios e Perspectivas do Financiamento da Educação Brasileira”, com a participação da deputada federal Érika Kokay (PT-DF) e da professora Maria José Rocha, assessora da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), autora da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 24/2017 que torna permanente o financiamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), previsto para encerrar em 2020.

Fundeb garantido na Constituição

Ex-deputada pelo estado da Bahia, Maria José explicou as mudanças previstas na PEC do Fundeb. A proposta prevê que o Fundo passe a ser garantido na Constituição - não mais apenas nas Disposição Transitórias -, e a ampliação da complementação da União, que passaria de um valor equivalente a, no mínimo, 10% dos aportes atuais para governos estaduais e municipais para, pelo menos, 50%, após um período de transição de seis anos. 

Se aprovada, a PEC possibilitará o aumento do repasse da União para o Fundeb dos atuais R$ 12,88 bilhões para R$ 64,38 bilhões, além do cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), da implantação do custo aluno-qualidade, da elevação do piso salarial dos professores, e da inovação da distribuição de recursos e do tratamento dispensado a Educação no país.

Golpe articulado internacionalmente

Na parte da tarde, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Gilberto Carvalho, analisou a conjuntura nacional e internacional, tendo como debatedoras as secretárias nacionais da CUT Jandyra Uehara (Políticas Sociais e Direitos Humanos), Graça Costa (Relações do Trabalho) e Junéia Batista (Mulher Trabalhadora).

Gilberto Carvalho afirmou que o golpe parlamentar que depôs a presidente Dilma Rousseff foi gestado pelo capital financeiro, pelo capital internacional e pelas multinacionais. "Foi um golpe contra um país que estava se desenvolvendo, distribuindo renda, que estava articulando países da América Latina, da África em torno de uma nova proposta de Estado, de um novo padrão de governo, mas que era preciso interromper porque esses países, o Brasil em particular, ameaçavam a continuidade da dominação financeira capitalista em todo o mundo. O Brasil era um alvo importante porque ele era o articulador dessa resistência", explicou Carvalho.

Conscientizar o povo é a saída

Para ele, a saída é ir às ruas conversar e conscientizar o povo, criar meios de comunicação alternativos à dominação dos Sistemas Globo, Bandeirantes, Record e de todos os outros veículos que construíram juntos a narrativa do golpe sustentada no discurso de "combate" à corrupção. "Temos de romper essa barreira para que o povo tome consciência e saiba que tem uma alternativa", afirmou. 

E qual seria a alternativa a todos os retrocessos impostos a partir do impeachment ilegal da presidenta Dilma? O ex-ministro responde que o caminho é reconstruir um governo popular. "Precisamos construir um novo padrão de governo capaz de enfrentar o sistema financeiro e o sistema dominador dos meios de comunicação. E o Lula aparece como uma figura chave fundamental que a história nos permitiu construir", apontou, referindo-se a pré-candidatura do ex-presidente Lula às eleições de 2018.