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Curitiba: Servidores da Fundação Cultural: arrumar a casa

Pense uma servidora que apresenta de vinte a trinta anos de serviços prestados à gestão cultural de Curitiba, uma das cidades com maior força cultural no Brasil.

Publicado: 16 Junho, 2014 - 00h00

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Esta servidora, como acontece com tantos outros, ingressou na Fundação Cultural de Curitiba (FCC) como celetista, fazendo concurso tempos depois, para se integrar ao quadro de funcionários. Porém, executa uma função diferente da atividade inicial. Muitas vezes, ela está lotada em um local de trabalho e atividade diferente e não recebe gratificação por isso.
Esta é a situação geral do servidor da Fundação Cultural, um segmento habitualmente esquecido pela gestão. Essa situação pôde ser vista em reunião feita hoje (13), convocada pela FCC, com a presença da Secretaria Municipal de Recursos Humanos (SMRH), na figura de Sergio Malheiros. Até o momento, trata-se do único espaço que recebeu o Sismuc para debate das pautas de segmentos específicos. E as pautas de cada secretaria foram entregues ainda em fevereiro.
Na sede do bairro Rebouças, os servidores tiveram acesso à informação de que as pautas do Plano de Carreira seguem em debate. A Secretaria adianta que o Tempo de Serviço do servidor será o ponto de partida para a construção do Plano. A coordenação do Sismuc entende que esse é o ponto de partida, mas é fundamental avançar na incorporação de ganhos ao Plano de Carreira.
Junto a isso, foi reforçado no encontro o que hoje é um dos principais pontos de debate entre Sismuc e a administração: o sindicato exige um Plano de Carreira para todos os segmentos, respeitando as especificidades da Fundação que são várias.
“Temos que priorizar o Plano de Carreira. Porém, sem concurso público, isso cai por terra e seria melhor discutir o ‘plano de aposentadoria’. E a Fundação, com isso, segue terceirizando, como fez no caso da Orquestra de Curitiba e com a criação do ICAC”, critica Adriana Kalckmann, da coordenação do Sismuc.
Uma conquista dos servidores da entidade cultural é de que não haverá avaliação de competência. A avaliação será realizada no âmbito interno da administração.
Problemas de um funcionário de carreira
Os servidores apresentaram seus maiores problemas e anseios. De acordo com a sua experiência de décadas, alguns próximos à aposentadoria, eles exigem o concurso público, o que não foi garantido pela gestão.
Uma outra exigência é por um organograma estruturado que considere as funções dos servidores, a atividade desempenhada e também os diferentes cursos realizados. Isso implica desde aqueles ministrados pelos próprios servidores culturais até a proficiência em idiomas.
A gestão, da sua parte, sinalizou para 2014 a possibilidade de melhoria no crescimento vertical. Malheiros comprometeu-se também em verificar como elaborar um projeto semelhante ao que, na área da Saúde, modifica a função de auxiliar de enfermagem para técnico de enfermagem, de maneira a acrescentar ganhos na carreira do servidor.
Os cabelos dos servidores que participaram da reunião estão grisalhos. O ânimo muitas vezes transparece cansaço. Afinal, o último concurso da Fundação aconteceu há mais de vinte anos. Por isso, é preciso uma grande reestruturação na entidade.
“Há uma tipologia que não dá mais conta. Precisamos redefinir (as atividades), o que é melhor que o puro e simples enquadramento”, disse Elton Barz, assessor de Assuntos Institucionais da Fundação Cultural de Curitiba.
Reunião do Coletivo do Sismuc: Participe!
Na reunião, foi reforçado o entendimento de que os servidores devem participar ativamente das reuniões do Coletivo da Fundação Cultural para a elaboração do Plano de Carreira. O coletivo acontece toda a última segunda-feira do mês.
Fonte: SISMUC