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Dirigentes sindicais destacam papel transformador do Curso de Política e Sindicalismo Internacionais

Na sala de aula ocupavam o mesmo espaço companheiros e companheiras de larga trajetória no movimento sindical ou que haviam iniciado a militância há pouco tempo.

Publicado: 06 Março, 2014 - 00h00

Companheiros e companheiras com grande bagagem de estudos ou que nunca haviam tido contato com a academia.
Porém, não há sequer um aluno que não tenha ressaltado o papel transformador do curso. Em seus depoimentos, todos e todas afirmaram ser uma grande oportunidade poder estar naquele espaço e agradeceram a CUT e a Unicamp.
A diversidade de ideias, opiniões e experiências fez deste curso uma constante troca de conhecimentos. “Apesar de ter feito vários cursos de formação, este é realmente transformador. Entender melhor o impacto do capitalismo no mundo do trabalho já nos permitiu uma mudança estratégica na atuação sindical e favoreceu no avanço em propostas que a gente tinha como históricas, mas não sabia como conduzi-las ou quando tentava conduzi-las não sabia o porquê não tinha continuidade. Agora, a gente conseguiu realinhar as nossas estratégias e avançar melhor, inclusive no trabalho para a base”, relatou Douglas de Almeida Cunha, 32 anos, que milita no movimento desde 2007 e hoje ocupa a Secretaria de Juventude da CUT-DF.
Com seus 54 anos, Gilberto Paulino, secretário de Relações de Trabalho da CUT-PB, é um militante das antigas. Dedicou sua vida ao movimento, mas não conseguiu dar prosseguimento aos estudos, tendo concluído apenas o ensino médio.
Gilberto Paulino analisa a formação da CUT como fundamental em sua vida e destaca o curso de Política e Sindicalismo Internacionais como um dos mais completos. “Aborda desde o surgimento movimento sindical internacional e nacional até a política macroeconômica. Cada dirigente que passou pelo curso tem que valorizar esse investimento e reproduzir os ensinamentos em suas bases. O que eu sou, o que eu tenho, é graças ao movimento sindical.”
Rosalina Amorim, 39 anos, formada em economia e atualmente presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, afirma que o conteúdo ajudou cada um dos alunos a compreender melhor as transformações que ocorreram durante a história. “Mas o trabalho de conclusão fez com que nos sentíssemos parte da construção direta do curso e das mudanças que a CUT e nós, militantes, tanto queremos”, descreveu.
Wanderlei Monteiro, mais conhecido com Cabeludo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville (SC), 40 anos, confessa ter ficado preocupado à medida que os temas eram apresentados e discutidos com os professores. “Eram assuntos que até então eu não conhecia ou havia tido pouco contato. Por isso, a CUT tem um papel importante nessa transformação de pensamentos, comportamentos e formação de lideranças. Esse curso é esclarecedor em vários temas abordados, como exemplo, as redes sindicais, a importância da CUT como liderança na América Latina”, disse.
Após essa experiência, Cabeludo acredita estar mais preparado para fazer a luta e reproduzir o conhecimento em diversas instâncias, seja nas negociações coletivas, no sindicato, na base, na construção de políticas públicas.
Como representante da academia, o professor José Dari Krein lembra que o curso contribui para a ação sindical, na atuação e transformação da realidade, “afinal o estudo exige uma dedicação muito grande e estimular nas pessoas a vontade pelo estudo hoje em dia necessita fortalecer a utopia, fundamental para fazer com que os sindicalistas queiram tomar conhecimento da realidade.”
Enfrentar as adversidades – para participar do curso, a secretária de Juventude da CUT-RO, Sandra Felycio, 34 anos, enfrentou literalmente uma série de dificuldades.
A dirigente reside numa comunidade distante, na área rural próxima a Presidente Médici (RO). Para se deslocar até a cidade Sandra vai de moto, já que não existe uma linha de ônibus que faça este trajeto.
De Presidente Médici, Sandra pega um ônibus até Ji-Paraná, depois um táxi que a leva até o aeroporto local. Após duas escalas e mais de dez horas de viagem, Sandra enfim desembarca no aeroporto de Campinas.
“Cheguei assustada, tímida, com receio. Hoje, tenho um novo olhar, uma série de horizontes e portas se abriram. Estou ainda mais preparada, comprometida e envolvida com a luta”, afirmou Sandra.
Fonte: CUT Nacional