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Sociólogo critica pouco espaço dos trabalhadores no Legislativo

No XI Congresso do Sismuc, Emir Sader analisa ataques do governo Temer contra a democracia e reivindica mais espaço para os trabalhadores no Parlamento

Publicado: 16 Agosto, 2016 - 10h17

Escrito por: Sismuc

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Emir Sader participou de mesa sobre conjuntura política

Primeiramente, fora Temer! Esta foi a primeira palavra da mesa sobre conjuntura no início da manhã do dia 13, no XI Congresso do Sismuc. Convidado para a análise da situação política nacional, o sociólogo Emir Sader ressaltou que, frente aos ataques contra a democracia, é necessária maior representação dos trabalhadores no Legislativo e no Congresso Nacional. 

O professor falou também sobre o papel do governo interino de Michel Temer (PMDB) depois do golpe parlamentar, enquanto apresenta o livro que acaba de organizar, “O Brasil que queremos”.

Os objetivos do governo estão dados, na avaliação de Sader. Para ele, a primeira meta do presidente interino é “privatizar, começando pelos recursos do pré-sal. O segundo objetivo “é a retirada de recursos para saúde e educação, dentro da ideia de que se a economia cresce, há recursos para as políticas sociais, apenas assim”, lamenta.

Genocídio do povo negro

"Antes mesmo do impeachment, já víamos retrocessos nas terceirizações, nos direitos das mulheres, o genocídio dos jovens negros, 8 a 10 mortos pela polícia, que é paga pelos impostos ao Estado. E a mídia fabrica a imagem de que são os agentes da violência, quando na verdade são vítimas. São jovens sem cara, sem família, chacinados todos os dias”, criticou Emir Sader.

Espaço dos trabalhadores e o papel dos municipais

“Não há tradição de eleger parlamentares dos movimentos sociais. Cadê a bancada da educação pública, da saúde pública, do movimento negro, dos jovens, dos metalúrgicos etc. Não conseguimos avançar com esse Congresso. Temos que democratizar o Estado”, critica Sader, para quem os trabalhadores têm a obrigação de conseguir maior representação no Legislativo.

Um momento para esta disputa deve acontecer nas eleições municipais. “É a nível dos municípios que se desenvolvem as políticas democráticas e populares. Mesmo que restrinjam a participação na televisão, é possível fazer um debate sobre a cidade, que políticas queremos, que tipo de proteção aos jovens, às mulheres” , conclama.