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Ex-ministro da Educação e pastor ligado a Bolsonaro são presos pela PF

Na manhã desta quarta (22), o ex-ministro da Milton Ribeiro e o pastor Gilmar Santos foram presos pela Polícia Federal. Eles são investigados por suspeita de tráfico de influência e corrupção.

Publicado: 22 Junho, 2022 - 10h55

Escrito por: Thiago Marinho

EVARISTO SÁ / AFP
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Na manhã desta quarta (22), o ex-ministro da Milton Ribeiro e o pastor Gilmar Santos foram presos pela Polícia Federal. Eles são investigados por suspeita de tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-ministro, de Santos e também do pastor Arilton Moura. Os pastores seriam intermediários na liberação de verbas no MEC, mesmo sem exercerem qualquer cargo no governo, conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo. Gilmar Santos é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos. Arilton é secretário da mesma entidade.

Pela liberação de verbas, os prefeitos denunciam haver pedidos de propina até em ouro, conforme revela áudio. As suspeitas de favorecimento envolvem até a compra de Bíblias, algumas das quais com foto do ministro.

Os pastores organizavam viagens do então ministro com dirigentes do FNDE e articulavam encontros de prefeitos na casa de Ribeiro. Tinham ainda acesso ao próprio presidente Bolsonaro. Constam 45 vezes em que eles entraram no Palácio do Planalto e 127 agendas que cumpriram no MEC e no FNDE.

Em nota, o MEC confirmou que a PF esteve na sede da Pasta e garantiu estar colaborando com as investigações em todas as instâncias. "O MEC ressalta que o Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e o continuará a colaborar com as investigações". 

"Peço a Deus que não tenha problema nenhum, mas, se tem algum problema, a PF está investigando. É um sinal de que eu não interfiro na PF", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia na manhã desta quarta-feira (22). 


INVESTIGAÇÃO


O inquérito foi aberto após a existência de um "gabinete paralelo" no MEC e a cobrança de propina em dinheiro a prefeitos vir à tona em março deste ano. A prática ilícita seria controlada por Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

Em seguida, um áudio revelado pela Folha de S. Paulo mostrou que o ex-ministro dava prioridade para os pedidos dos pastores e que a liberação de recursos era um "pedido especial" de Bolsonaro.