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Flávio Bolsonaro não comparece a depoimento, assim como Queiroz e família

O filho mais velho de Jair Bolsonaro e senador eleito, Flavio Bolsonaro (PSL), publicou mensagem em rede social dizendo que não irá depor porque ainda vai ler a íntegra do inquérito.

Publicado: 10 Janeiro, 2019 - 17h54

Escrito por: Redação CUT

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O senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) não compareceu nesta quinta-feira (10) para prestar depoimento ao Ministério Público (MPF-RJ) sobre o caso das movimentações atípicas de seu ex-assessor e motorista, Fabrício Queiroz, que é citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e que também não apareceu até hoje para prestar depoimento.

O filho mais velho de Jair Bolsonaro (PSL/RJ) disse que não teve "acesso aos autos" e se comprometeu a "agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos" assim que se informar melhor sobre os fatos.

"Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos autos, já que fui notificado do convite do MP/RJ apenas no dia 7/Jan, às 12:19. No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor", disse em sua página no Facebook. 

Com a ausência de Flávio Bolsonaro, nenhum dos envolvidos no escândalo prestou qualquer esclarecimento até agora sobre o R$ 1,28 milhão identificados pelo Coaf em movimentações suspeitas na conta de Fabricio Queiroz.

Na última terça-feira (8), familiares de Queiroz também faltaram à oitiva no Ministério Público. Suas filhas, Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz, e a mulher, Marcia Aguiar, alegaram que estão em São Paulo para acompanhar o ex-assessor até o final do tratamento de um câncer intestinal.

Em nota, o MPF disse que tem informações suficientes que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências como quebra de sigilo bancário e fiscal.

Relembre o caso

No início de dezembro de 2018, o Coaf publicou um relatório alegando que encontrou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta corrente do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor Parlamentar III do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro.

O relatório fazia parte de um desdobramento da Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados e secretários estaduais do Rio, em novembro de 2018, para investigar a participação de parlamentares em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual. No total, 36 estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Segundo o Coaf, as movimentações de Fabrício são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar. Como motorista e segurança de Flávio, Queiroz recebia R$ 8.517 mensais por mês, segundo a folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O relatório do Coaf mostra que ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.  

Uma das transações na conta do assessor de Flávio Bolsonaro, citadas no relatório do Coaf, é um cheque de R$ 24 mil destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente da República aparece na lista sobre valores pagos pelo PM. Além dessa movimentação atípica, somente em 2016, foram feitos 176 saques em dinheiro de sua conta corrente. 

Outras movimentações que estão sendo investigadas correspondem aos depósitos feitos na conta do ex-motorista, cuja maior parte era feita por nove ex-assessores de Flávio Bolsonaro nos dias de pagamento da Alerj ou até três dias úteis depois. De um total de 59 operações realizadas, 34 seguiram este padrão. O restante do dinheiro foi depositado em até uma semana.

Isso significa que os assessores, entre eles, as filhas do ex-motorista, Nathalia e Evelyn, e sua mulher, Marcia Oliveira de Aguiar, não ficavam com os salários que recebiam para supostamente trabalhar no gabinete do filho mais velho do presidente.

Todos os assessores, inclusive o ex-motorista Queiroz, foram exonerados em outubro, antes de ser deflagrada a Operação Furna da Onça.

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