Escrito por: Rogério Hilário CUT-MG

Municipais de sete estados participam da marcha de abertura da I CONAPE em Belo Horizonte

Dilma Rosseff, lideranças políticas e servidores municipais de diversas regiões ressaltaram importância da Conferência para o resgate da Educação.

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Municipais do CE, MG, PB, PR, RN, SP e SC fortalecem a luta pela libertação de Lula

Com marcha pelas ruas da região Central e ato com mais de 5 mil pessoas, que contou com a presença da presidenta legítima Dilma Rousseff, a I Conferência Nacional Popular de Educação (Conape) começou nesta quinta-feira (24), em Belo Horizonte. A capital mineira vai reunir, até sábado (26), educadoras e educadores, representantes e militantes de entidades comprometidas com a defesa e a promoção do direito à educação pública, gratuita, laica e de qualidade para todo cidadão e para toda cidadã.

A concentração teve início por volta das 14 horas, na Praça da Liberdade. A passeata até a Praça da Estação aconteceu por volta das 16h30 e contou com a participação de dirigentes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), entre eles a presidenta da entidade, Vilani Oliveira; de sindicatos de servidores municipais de diversas regiões do país; e de sete federações estaduais da categoria - Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo e Santa Catarina.  

Antes de saírem em marcha pelas ruas da capital mineira, os manifestantes, ainda na Praça da Liberdade, levantaram milhares de cartazes com a frase “Lula Livre” e gritaram “boa tarde” para o ex-presidente, no momento em que o mesmo ato acontecia na vigília em Curitiba, onde Lula permanece como preso político na sede da Polícia Federal do Paraná. A homenagem se repetiu às 19h04, na Praça da Estação, com “boa noite, Lula” no mesmo horário do acampamento da capital paranaense. Ao lado de Dilma Rousseff, participaram do ato lideranças e militantes sindicais e dos movimentos sociais, parlamentares e lideranças políticas.

O "maior dos estragos" do governo golpista

Saudada pela multidão que lotou a Praça da Estação, a presidenta legítima Dilma Rousseff destacou a importância da educação para o futuro do país. Para ela, a realização da CONAPE é fundamental para o resgate do ensino, que vem sendo atacado pelo governo golpista. “Eu acredito que na área da educação este governo golpista cometeu o maior dos estragos. Tínhamos dado passos fundamentais na frente de luta por uma educação inclusiva, para acabar com a miséria. A educação é a forma que temos para o país chegar às modernas tecnologias e ao desenvolvimento. É o caminho para o futuro”, afirmou.

“Vocês foram os responsáveis por um dos maiores movimentos de libertação do povo brasileiro, foram capazes de modificar o cenário da educação, do ensino fundamental, básico e das universidades públicas. Isto foi feito com o ProUni, o Fies. E hoje estamos diante de um grande retrocesso. O golpe é um processo de retirada de direitos, que começou com um impeachment sem crime de responsabilidade, com a retirada de uma presidenta eleita com 54 milhões de votos, para colocar um governo ilegítimo e corrupto. Assistimos a retirada de direitos, uma forma acelerada de fazer a roda da história girar para trás. Mas ela não volta, porque resistiremos. Vocês são a força deste país na resistência contra o golpe”, exaltou a presidenta legítima.

Segunda etapa do golpe

Dilma Rousseff repudiou o congelamento por 20 anos dos investimentos na educação, com a aprovação da Emenda Constitucional 95, e denunciou as manobras golpistas para privatizar o ensino universitário. “A segunda etapa do golpe foi o congelamento por 20 anos dos investimentos em saúde e educação. Como é possível isso num país em que entram 4 milhões de pessoas, entre elas crianças de 4 anos, nas escola todos os anos. É absoluta perda de foco no futuro. O golpe é um instrumento de defesa da privatização total do ensino universitário.

A morte (suicídio) do reitor (da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos) Cancelier é um exemplo disso. Ele sacrificou sua vida por conta desta ameaça ao futuro da educação. A morte de Cancelier foi um passo para tentar amordaçar a universidade pública com cortes de verbas.”

Lula e a paralisação dos caminhoneiros

Dilma Rousseff também falou sobre a luta pela libertação do ex-presidente Lula e o desgaste dos golpistas com o movimento dos caminhoneiros. “O processo da prisão do presidente Lula tenta prolongar sobrevida curta do golpe. Preso sem que contra ele exista uma acusação real. O presidente Lula é inocente. É interessante que fique claro: é um inocente condenado porque ele é uma pessoa que reconhecemos como líder do resgate deste Brasil. O que está acontecendo com os caminhoneiros é uma prova disso. Usaram a Petrobras e disseram que estava quebrada.

Como, a Petrobras teve lucro nos últimos anos. Inviabilizaram a vida dos caminhoneiros, pois é impossível usar a variação do dólar nos preços dos combustíveis. É um crime contra o país. Hoje eles importam os combustíveis. Deu no que deu. O maior líder político do país está encarcerado, mas nós falaremos por ele, seremos a voz dele. O governo golpista está derrotado pela sua própria inconsequência, pela sua incapacidade de administrar o país, pelo desprezo ao povo e à educação.“

"Ou acabamos com a EC 95 ou não teremos futuro"

“Nesta CONAPE, falaremos no sentido mais amplo que vocês terão que ser valorizados e encarados como aqueles que resgatarão este país da miséria, da fome e do subdesenvolvimento. Temos o povo, a capacidade, descobrimos o pré-sal. Não fizemos tudo o que tínhamos que fazer porque não tivemos tempo. Tenho orgulho de dizer que 35% dos que tiveram acesso ao ensino foram os primeiros de suas famílias e, pela primeira vez, a população negra teve prioridade no acesso à educação. Na luta para melhorar este país, tem que ter educação de muito mais qualidade e professores muito bem formados e bem pagos. Ou acabamos com a EC 95 ou não teremos futuro. Estaremos incansavelmente lutando por uma educação de qualidade para brasileiras e brasileiros. Um beijo no coração de todos”, se despediu Dilma Rousseff.

Edição Déborah Lima