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Municipais de São Paulo repudiam agressão de prefeito de Diadema contra professora

Agressão contra diretora de escola ocorreu dentro do local de trabalho e na presença de colegas

Publicado: 16 Junho, 2017 - 16h13

Escrito por: Sindsep/SP Fetam/SP

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Prefeito Lauro Michels: acusado de violência e machismo

O Sindicato e a Federação dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep/SP e Fetam/SP ) repudiaram, na última quarta-feira (14), as agressões praticadas pelo prefeito de Diadema, Lauro Michels, contra a diretora da Escola Professor Francisco Manuel Trivinho, Sandra Silvia.

Segundo relato de servidores, a professora teria sido chamada de "vagabunda" pelo gestor, fato que causou perplexidade no município.

Confira a íntegra das notas:

Excelentíssimo Senhor

Lauro Michels Sobrinho

Prefeito do Município de Diadema - SP

Ref.: AGRESSÃO SOFRIDA PELA DIRETORA DA EMEB PROFESSOR FRANCISCO MANOEL TRIVINHO/NOTA DE REPÚDIO AO PREFEITO DE DIADEMA LAURO MICHELS

A Federação dos Trabalhadores da Administração do Serviço Público Municipal no Estado de São Paulo (Fetam/SP) vem a público denunciar e repudiar a atitude de V.Sa. que desqualificou publicamente e tentou responsabilizar a diretora da EMEB Professor Manoel Trivinho pelo atraso na entrega dos uniformes aos alunos, atitude covarde que revela total desrespeito com os trabalhadores e o descompromisso do prefeito com a educação no município.

Abusando de sua autoridade, o prefeito assediou moralmente a diretora, proferindo palavras agressivas e de baixo calão para tentar se justificar frente as cobranças dos munícipes. Os trabalhadores da escola não podem ser responsabilizados pela incompetência dos gestores. A população tem todo o direito de cobrar e de ser atendida com respeito em suas reivindicações.

Ao agredir a diretora, V.Sa não só extrapolou os limites de forma injusta e autoritária, como fugiu evasivamente da sua responsabilidade perante à população, comportamento duplamente inaceitável em um gestor público.

Manifestamos nossa total solidariedade à diretora da escola e nosso repúdio a todas as formas de violência e assédio moral nas relações de trabalho no setor público.

São Paulo, 14 de junho de 2017

Direção da Fetam/SP

 

Excelentíssimo Senhor

Lauro Michels Sobrinho

Prefeito de Diadema

Ref.: TRATAMENTO DISPENSADO A SERVIDORES NO EXERCÍCIO DO TRABALHO

O Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep/SP) repudia a ação machista e violenta do Prefeito Lauro Michels, da cidade de Diadema, que no dia 08 de Junho de 2017 humilhou a diretora da EMEB Professor Francisco Manuel Trivinho, dirigindo a ela palavras de baixo calão em seu local de trabalho, na frente de colegas, pais e alunos.

A dignidade e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras municipais são de valor fundamental, afinal, são eles que realizam o dia a dia das políticas públicas do país. Portanto, é impossível um projeto de cidade justa, igualitária e democrática que seja pautado na agressão daqueles que a constroem.

Infelizmente, entretanto, a violência e o assédio moral tem se mostrado frequentes como estratégia de gestão, buscando submeter e silenciar a todo custo a voz e o direito dos trabalhadores e trabalhadoras.

O resultado é o crescente número de licenças médicas por adoecimentos mentais, como depressão, Burnout, estresse pós-traumático e mesmo alcoolismo relacionado ao trabalho.

Ora, como pode se esperar que outros gestores e lideranças do serviço municipal ajam de modo a promover um trabalho digno e saudável quando o próprio prefeito é incapaz de dar exemplo, agredindo e humilhando uma funcionária da educação? Que cidadania pretende-se construir tendo como base a agressão?

É ainda mais grave que o prefeito tenha recorrido a ofensas machistas e discriminatórias. Um grande contingente do serviço municipal é composto por mulheres, que são frequentemente vitimadas por diversas violências laborais, inclusive de assédio sexual, bem como por preconceitos de gênero. Estas situações acarretam profundo desgaste físico e mental, resultando em índices mais altos de adoecimento.

Além disso, as trabalhadoras da educação já enfrentam um trabalho desgastante, com condições inadequadas à sua realização, agravando este quadro.

É inaceitável que um prefeito aja de modo a oprimir suas funcionárias. As trabalhadoras de Diadema têm direito a realizar suas atividades de modo seguro e saudável, livres de qualquer discriminação.

O SINDEP/SP não irá tolerar o machismo ou qualquer violência contra as trabalhadoras e trabalhadores municipais.

São Paulo, 14 de Junho de 2017
Direção SINDSEP/SP