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Municipais de São Paulo vão às ruas dialogar com o povo para ampliar luta em defesa da Previdência pública

Servidores se mobilizam contra a reforma da Previdência Social e a reforma da Previdência do Município, prevista no PL do Extermínio (621/16), que aumenta a alíquota de contribuição.

Publicado: 22 Novembro, 2018 - 18h17

Escrito por: Vanessa Ramos - CUT São Paulo

SUBSEDE DA CUT EM SÃO CARLOS
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Mobilização na cidade de São Carlos

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já fez diversos pronunciamentos neste ano garantindo mudanças nos direitos dos trabalhadores, a partir de 2019. Um das que mais preocupam as entidades sindicais é a chamada “reforma” da Previdência, que pretende substituir o atual sistema de repartição - no qual existe a participação do Estado, de empresas e dos trabalhadores - para um modelo de capitalização com contas individuais que, na prática, cria um sistema injusto e desigual no valor do benefício da aposentadoria no final da vida.

É contra esta ameaça aos cerca de 51 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que contribuem hoje com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que as centrais sindicais, como a CUT, promovem nesta quinta (22) o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Previdência e da Seguridade Social.

O diálogo com a população se deu nas ruas e nos locais de trabalho do Brasil e acontece em vários estados brasileiros, como, por exemplo, no Paraná, no Ceará, em Pernambuco e em São Paulo.                       SindsepSindsep

Ação dos servidores municipais na cidade de São Paulo 

Na capital paulista, os servidores municipais entregaram jornais em diferentes pontos da cidade como na estação de trem da Mooca-Juventus, na saída da fábrica Lorenzetti, no Centro Esportivo e na UBS da Mooca; visitaram também a base regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Hospital Municipal e Maternidade Dr. Mário Degni e a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei), todos no Rio Pequeno, além das prefeituras regionais de Itaim Paulista, São Mateus e Mooca.

“Os trabalhadores municipais encampam a luta pela Previdência pública no país e, ao mesmo tempo, defendem a Previdência pública e solidária na cidade de São Paulo contra a proposta do prefeito Bruno Covas, que pretende aumentar a alíquota de contribuição - que hoje é de 11% - para até 19%. Ele também quer criar um fundo complementar de Previdência, que significa dar passos para acabar com aposentadoria do funcionalismo municipal”, relata o servidor municipal, João Batista Gomes, também dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo e da CUT São Paulo.

Em outro ponto da cidade, os metroviários conversaram com pessoas que passavam pela estação Itaquera do Metrô. Da mesma forma, os sindicatos dos Médicos e dos Trabalhadores Públicos da Saúde, ambos do estado de São Paulo, montaram uma tenda no Hospital das Clínicas para debater com a população.

“Algumas pessoas demonstraram desconhecimento desta reforma, mas, ao mesmo tempo, ficaram impressionadas com as ideias de Bolsonaro para a aposentadoria. Mostramos exemplos do sistema de capitalização do Chile que foi implementado na ditadura, que tem hoje como resultado epidemias de suicídios entre os idosos, que não conseguem mais garantir sua sobrevivência” - Médica Juliana Salles, que parte da direção do Sindicato dos Médicos de São Paulo e da CUT Nacional

Em sintonia com as ações dos trabalhadores da saúde, bancários engrossaram a luta em defesa da aposentadoria, entre outros lugares, em frente a agências da Avenida Paulista e no Telebanco Santa Cecília do Bradesco. Os dirigentes dialogaram com trabalhadores e distribuíram jornais. A mesma ação aconteceu em Osasco, na Cidade de Deus, onde fica a matriz do banco Bradesco, e na estação de trem do município, no centro, em ações que envolveram sindicatos e movimentos ligados à Frente Brasil Popular de Osasco.

CUT OSASCOCUT OsascoCUT Osasco

Protesto na Cidade de Deus, em Osasco, com a categoria bancária

“Algumas pessoas não sabem ainda como será profunda a reforma de Bolsonaro para a Previdência e ficam horrorizados quando provamos que é uma proposta que será pior do que a do Michel Temer. Não é de hoje que explicamos isso, mas o interesse dos trabalhadores parece ter aumentado. Isso mostra o quanto o trabalho de base representa um caminho assertivo. É preciso politizar cada vez mais os trabalhadores sobre a desgraça que está por vir”, afirma o vice-presidente da CUT São Paulo, o bancário Valdir Fernandes, o Tafarel.

No interior paulista, na cidade de Bauru, a ação em defesa da aposentadoria foi em frente à agência do INSS.  Em Votorantim, dirigentes sindicais do setor vestuário de Sorocaba conversaram com as trabalhadoras da Emphasis, empresa fabricante de jeans para diversas marcas. Em São Carlos, o trabalho de base ocorreu na unidade metalúrgica da Tecumseh do Brasil. Na parte da tarde, a subsede da CUT em São José do Rio Preto realiza panfletagem no Terminal Urbano Municipal.

CUT SOROCABACUT SorocabaCUT Sorocaba

Diálogo com trabalhadoras na cidade de Votorantim

Em todos os lugares, os sindicatos e movimentos também lembram que os devedores da Previdência são grandes empresas, como Bradesco, Bracol Holding Ltda e JBS, entre outras, que acumularam uma dívida até 2015 de R$ 375 bilhões.

Entenda

O Dia Nacional de Mobilizações em Defesa da Previdência e da Seguridade Social nesta quinta-feira (22) é a primeira ação realizada pela campanha permanente construída pelo Fórum das Centrais formado pela CUT, CTB, Intersindical, CSB, CSP-Conlutas, NCST, UGT, CGTB e Força Sindical.

As centrais são contra a reforma prometida pelo novo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que, ao lado do economista Paulo Guedes, pretende mudar as regras da aposentadoria dos trabalhadores brasileiros.

A campanha foi lançada oficialmente em ato público no dia 12 de novembro, na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no centro da cidade de São Paulo. A ideia é que protestos, panfletagem de materiais, diálogo nas ruas com a população e assembleias nos locais de trabalho façam parte de uma ação permanente em 2019 para barrar as mudanças anunciadas por Bolsonaro.