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Para imperetrocessos, defender os direitos da classe trabalhadora, a Petrobrás, a democracia e a reforma política

Mobilizações como a dos educadores públicos do Paraná (foto) prenunciam clima de grandes atos na próxima sexta-feira

Publicado: 06 Março, 2015 - 00h00

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13 de Março é Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Petrobrás, da Democracia e Reforma Política, Contra o Retrocesso. A data foi escolhida porque já havia sido apontada como dia de mobilização pelos petroleiros representados pela FUP.
Segundo a Central, a mobilização quer fazer frente aos ataques especulativos e políticos que recaem sobre a Petrobrás, reiterar a necessidade de derrubar as MPS 664 e 665 apresentadas pelo governo Dilma no final do ano passado, que restringem direitos trabalhistas como seguro-desemprego e auxílio-doença, já em vigor, e para demover os setores golpistas da ideia de interromper o mandato presidencial conquistado nas urnas e nas ruas.
A preparação dos atos do dia 13 vem em ritmo crescente.
Uma das principais demonstrações de mobilização pré-13 de março vem do Paraná, onde os trabalhadores e trabalhadoras da educação pública estadual construíram uma forte greve, iniciada em 2 de fevereiro. O movimento conquistou o apoio de amplos setores da sociedade, amealhou adesão de todas as categorias do funcionalismo e fez grandes protestos de rua, como o que reuniu mais de 50 mil pessoas na capital Curitiba no dia 25 de fevereiro.
No dia 2 de março, coerente com sua tarefa política em defesa dos interesses dos trabalhadores, a CUT participou com as demais centrais de atos diante de sedes das Superintendências Regionais do Trabalho, reiterando a cobrança para que as MPs 664 e 665 sejam retiradas.
Rio Grande
Antes, em 12 de fevereiro, parte da população da cidade de Rio Grande (RS), saiu às ruas para um ato político em defesa da Petrobrás. Rio Grande, com 197 mil habitantes, sedia um importante polo naval, onde a construção de plataformas e equipamentos de exploração de petróleo foi impulsionada pelos investimentos da empresa petroleira a partir de 2003.
O fato de a oposição estar usando as investigações sobre a Petrobrás como pretexto para enfraquecer e paralisar a empresa (leia mais à página 3), já deixa reflexos na atividade econômica de Rio Grande, como ameaça fazer no restante do País. Duas plataformas já encomendadas entraram em compasso de espera. Até o comércio de rua fechou as portas para apoiar a mobilização, que foi organizada e contou com a participação de sindicatos de diferentes categorias e entidades dos movimentos sociais. Ato no Rio
O tom do dia 13 de março foi dado também, em grande parte, pelo ato “Defender a Petrobrás é Defender o Brasil”, convocado e organizado pela CUT e pela FUP, na noite de 24 de fevereiro, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Rio de Janeiro.
Participaram lideranças sindicais cutistas de diferentes ramos de atividade e regiões do Brasil. Trabalhadores da Petrobrás imprimiram a cor laranja de seus uniformes na plateia. Intelectuais, artistas, jornalistas, escritores e lideranças políticas e de movimentos sociais também levaram apoio.
Naquela noite, importantes dirigentes, como o ex-presidente Lula e o líder do MST João Pedro Stédile anunciaram participação nas mobilizações de 13 de março. “Em nome não só do MST, mas de todos os movimentos organizados do campo, eu afirmo aos petroleiros: marcharemos com vocês para o que der e vier”. Stédile completou: “Temos de voltar às ruas no dia 13 de março para mostrar que a Petrobrás é nossa e ninguém tasca”.
Antes de encerrar sua fala, o líder sem-terra convocou Lula à participação. “Lula, o povo quer te ver nas ruas”. Lula confirmaria depois: “Vagner, se você me convidar, eu vou participar”, dirigindo-se ao presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Vagner, ao falar à plateia que lotou o auditório, resumiu o espírito das mobilizações e do momento político: “Estamos vivendo um enfrentamento de classes, nunca tiram isso da vista de vocês”.
Coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel traduziu o sentimento evocado pelo ato: “Temos de ter orgulho de ser Petrobrás”.
Paraná acena com forte mobilização no dia 13
Os paranaenses prometem forte participação no dia 13, no embalo da greve. Hermes Silva Leão, presidente da APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, filiado à CUT, reflete sobre as razões da ampla adesão e grande impacto da greve na mídia: “Em primeiro lugar, o governo estadual tomou medidas de ajuste fiscal, com redução dos investimentos em políticas públicas como educação, e ainda elevou impostos para toda a população, como o IPVA”. Portanto, a luta contra medidas recessivas foi um dos fatores de aglutinação da opinião pública.
O governo tucano de Beto Richa, talvez confiante demais na vitória em primeiro turno e a conquista de ampla maioria parlamentar, menosprezou o movimento, mesmo após duas ocupações da Assembleia, realizadas em dia de votação das medidas. Encaminhou um projeto que adiava em um ano a eleição das novas diretorias das escolas estaduais, contrariando legislação conquistada pelo movimento sindical na década anterior.
Outro projeto suspendia por tempo indeterminado promoções e reajustes previstos no plano de cargos e salários. Some-se a isso a truculência dos seguranças da Assembleia, que agrediram professores, e a incrível cena de deputados entrando às escondidas na sede do parlamento, a bordo de camburões, para furar a presença de manifestantes, e a receita para a grande mobilização estava consolidada.
O presidente Hermes destaca, nessa jornada, a capacidade de diálogo com a população e o fato de não ter sobrado espaço para setores oportunistas inserirem bandeiras de direita nos atos. “Há sim, um desencanto com a política de forma geral. Mas aqui, nossa categoria tem programas de formação e organização sindical nas escolas, o que permite um debate permanente e qualificado sobre a política com alunos, professores e familiares. Um dos valores que sempre defendemos é a necessidade e importância de elegermos políticos identificados com as causas populares”, afirma.
LOCAIS ONDE O ATO SERÁ REALIZADO:
- Em São Paulo, o ato será na Avenida Paulista, 901 a partir das 16h
- Em Curitiba, será na Praça Santos Andrade, marcha até a Boca Maldita, a partir das 17h
- Em Belém, Praça da Republica, 15 h
- Em Florianópolis, em frente à Catedral, a partir das 14 h
- Em Belo Horizonte, concentração na Praça Afonso Arinos, a partir das 16h,
- Em Brasília, será às 17h, na Rodoviária,
- Em Fortaleza, Concentração na Praça da Imprensa, a partir das 8h, depois segue até a Assembleia Legislativa,
- Em João Pessoa, em frente ao Cassino da Lagoa, a partir das 15h
- Em Salvador, em frente ao prédio da Petrobrás, às 7h
- Em Recife, Concentração a partir das 7h no Parque 13 de Maio, depois segue para Av Guararapes,
- Em Maceió, concentração na Praça Sinimbu, às 9h, depois caminhada até a Assembleia Legislativa,
- Em Campo Grande, será na Praça do Rádio, às 9h,
- Em Goiânia, no Coreto da Praça Cívica, a partir das 10h,
- Em Teresina, na Praça da Liberdade, 15h,
- Em Natal, em frente à Catedral, às 16h
- No Rio de Janeiro e outras capitais decidem nesta sexta-feira o local e o horário do ato.