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Plenária no dia 26 mobilizará classe trabalhadora para paralisação nacional

Convocatória foi feita durante ato pela redução dos juros, realizado hoje na Avenida Paulista com a presença de centrais sindicais de todo o Brasil.

Publicado: 19 Julho, 2016 - 18h42

Escrito por: Confetam

Roberto Parizotti
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Ato pediu fim da prioridade aos especuladores

Para planejar a paralisação nacional contra as medidas recessivas do governo interino de Michel Temer e construir o calendário de mobilizações, representantes de centrais sindicais de todo o Brasil se encontrarão, na próxima terça-feira (26), em São Paulo, durante a Plenária da Classe Trabalhadora. Na ocasião, as centrais lançarão um documento conjunto que abordará problemas e apresentará propostas para a temas como reforma da Previdência, crescimento econômico e alternativas a ações do empresariado, que quer flexibilizar direitos da CLT.

A convocatória foi feita pelo secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, durante ato pela redução dos juros, realizado nesta terça-feira (19), na Avenida Paulista. A manifestação ocorreu no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que discutiu ajustes da taxa básica de juros, a Selic.

Não à chantagem dos banqueiros

O diretor da CUT afirmou que o Brasil vive um momento em que o emprego, e não a chantagem dos banqueiros, deve ser prioridade. “Quanto maior forem os juros, mais se inibirá o investimento. Num momento em que precisamos gerar empregos, chega a ser perversa a transferência de recursos da produção para os bancos. E assistimos a símbolos da industrialização quebrando no Brasil”, criticou.

Na avaliação da CUT Brasil, poucas vezes se viu tamanha crise de produção em regiões industriais como o ABC paulista e a quebra de tantas empresas em outros estados brasileiros. Nesse sentido, Sérgio Nobre apontou que o aumento da Taxa Selic é péssimo para o investimento na produção e ótimo para especuladores e rentistas.

Já o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, ressaltou durante o ato que essa política de juros altos só interessa aos especuladores. “A política de retrocesso é colocada no ombro dos trabalhadores por este governo golpista do interino Michel Temer, o mesmo que pretende liberar a terceirização na atividade-fim, promover reformas na Previdência e prevalecer o negociado sobre o legislado”, disse.

Direitos afetados

Apenas no ano passado, o gasto com juros ficou em torno de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), alertou a presidenta do Sindicato dos Bancários  de São Paulo, Osasco e Região e diretora executiva da CUT, Juvandia Moreira. “Esse é valor tirado da saúde, da educação, de investimentos para gerar emprego e de programas como o Bolsa Família para dar aos banqueiros. E sabemos como eles agem, já que em toda campanha salarial da categoria é um sufoco para conseguirmos um aumento decente”, afirma.

Secretária de Juventude da CUT São Paulo, Cibele Vieira avalia que o aumento da taxa de juros em momento nenhum é saudável para a sociedade e para a classe trabalhadora. “É um sistema que ataca consumidores, investimento, estrangula a indústria e vai paralisando a economia, o que afeta também o acesso aos direitos como um todo”, garantiu.

Com informações da CUT