Escrito por: Déborah Lima

Professores fazem vigília hoje na Câmara Municipal de Maracanaú (CE)

Acampados no Plenário desde o dia 31 de outubro, eles temem que a Presidência da Casa entre com pedido de reintegração de posse e remova os grevistas do local.

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Grevistas foram surpreendidos com o corte da luz. Ocupação chega hoje ao sexto dia

Acampados na Câmara Municipal desde a última terça-feira (31), os professores de Maracanaú (CE) organizam para a noite de hoje uma vigília no Plenário da Casa. Eles estão de sobreaviso desde que um grupo de vereadores de oposição informou que o presidente Carlos Alberto (DEM) teria entrado na Justiça com um pedido de reintegração de posse. 

Embora a informação ainda não tenha sido confirmada pelo Fórum de Maracanaú, os professores - em greve desde o dia 3 de outubro pela implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) -,  decidiram chamar reforço para fortalecer o acampamento.

"Estamos chamando a comunidade, a juventude,  o povo do MTST (Movimento dos sem Teto) para vir somar conosco na vigília em solidariedade aos professores e pela reabertura das negociações", explica a presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira.

No último domingo (5), os grevistas receberam a visita de familiares, amigos e artistas que fortaleceram o ânimo dos trabalhadores e a programação cultural do acampamento. "Foi um dia muito significativo, com arte e cultura, onde a juventude é que veio dar aula para nós (professores)", afirmou a presidente da Confetam/CUT.

E a solidariedade não para de chegar. Hoje pela manhã foi a vez do deputado estadual Renato Roseno visitar o local para prestar apoio aos grevistas e se oferecer para mediar o conflito.  

Segundo o presidente da Câmara, o prefeito Firmo de Castro estaria irredutível. Em audiência realizada no Tribunal de Justiça, no ano passado, o prefeito se comprometeu com os professores a implantar o PCCR no primeiro semestre de 2017. O descumprimento do acordo fez com que os professores deliberassem pela greve.

A presidente do Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação no Município (Suprema), Joana Ferreira, acompanhada de comitiva, reuniu-se com o secretário de Educação, José Marcelo Farias, para tentar construir uma saída conjunta para o impasse. "No diálogo com o secretário foi construída uma proposta para tentar reabrir as negociações", adiantou Vilani Oliveira.

Nesta quarta-feira (8), representantes dos professores em greve e da prefeitura se reúnem, durante audiência no Ministério Público, em mais uma tentativa de se chegar a uma proposta consensual, que possa ser aprovada em assembleia da categoria, encerrando assim a greve e a ocupação. "No 34º dia de greve e no sexto dia de acampamento, a resistência permanece e os professores continuam firmes", avisa a presidente da Confetam/CUT.