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Ceará: Confetam/CUT repudia tentativa de condicionar vacinação ao retorno às aulas presenciais

A gestão estadual condicionou a concessão do imunizante à assinatura de documento no qual trabalhadores assumem o compromisso de retornar às aulas presenciais no segundo semestre de 2021

Publicado: 02 Junho, 2021 - 15h04

Escrito por: Fetamce/Confetam

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Desde o último sábado (29), foi iniciado o processo de vacinação de profissionais da educação contra a Covid-19 no Ceará. Mas em muitas cidades do estado a imunização acontece em meio a uma grande controvérsia causada pelo Governo do Ceará. A gestão estadual condicionou a concessão do imunizante aos trabalhadores à assinatura de documento em que assumem o compromisso do retorno às aulas presenciais no segundo semestre de 2021. Revoltados com situação, avaliada como “assédio” e “chantagem”, professores e demais carreiras da área têm se recusado a consignar o documento.

Foi o que aconteceu, por exemplo, em Monsenhor Tabosa e Fortaleza. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, além de não compactuar com o termo governamental, a categoria chegou a apresentar uma nova versão da declaração, em que não há a parte do texto que trata do retorno impositivo às unidades de ensino. Já na Capital, Ana Cristina Guilherme, presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), explica que “os professores estão indo, muitos não estão assinando e estão se vacinando. Aqueles que são forçados a assinar declaram textualmente que estão sendo coagidos”.

A orientação da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado (Fetamce) e da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) é que os sindicatos encaminhem documento à gestão local contra a aplicação da declaração, como fez o Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação de Maracanaú (Suprema). A entidade laboral oficiou a Secretaria de Educação e a Secretaria de Saúde do Município requerendo que o documento seja desconsiderado.

Repúdio da Confetam

Ex-presidenta da Confetam/CUT e nova secretária de Combate ao Racismo da Confetam/CUT, Vilani Oliveira repudiou qualquer tentativa de condicionar a vacinação ao compromisso dos trabalhadores de retornarem às aulas presenciais, atitute classificada de "absurda" pela dirigente. "E os alunos, que não foram vacinados - nem serão tão cedo -, vão se contaminar entre si?", questiona Vilani, professora da rede municipal de Maracanaú. 

A Fetamce e a Confetam/CUT recomendam as organizações sindicais de base a fomentarem a vacinação da classe, que pode ser abalada pela demanda de assinatura do termo de compromisso. Enedina Soares, presidenta da Federação, declara que é papel hoje dos sindicatos levar a mensagem da vacinação total da categoria e deixar claro que o possível retorno às atividades presenciais não está só relacionado a vacina, mas a outros fatores de ordem sanitária.

“A vacinação é um direito e não podemos ceder à chantagem. Nós queremos que o Governo Camilo Santana recue aqui no estado e garanta a vacinação sem declaração. É um desrespeito com esses trabalhadores que há mais de um ano arcam com os custos do teletrabalho. Portanto, retorno quando o ambiente for seguro. Precisamos de escolas equipadas e em condições de acolher com segurança os filhos da classe trabalhadora, assim como é imprescindível a vacinação de toda a população”, destaca Enedina.