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PSDB, DEM e PMDB salvam Michel Temer novamente

Votação pelo arquivamento da segunda denúncia contra o presidente ilegítimo ocorreu em meio a denúncias de compra de votos

Publicado: 26 Outubro, 2017 - 14h39

Escrito por: Manoel Ramires

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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Os deputados federais voltaram a salvar o presidente Michel Temer de investigação por parte do Ministério Público Federal. Foram 251 votos favoráveis e 233 votos contrários ao relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB/MG) que pediu o arquivamento das investigações. Os principais partidos a salvarem Temer são o PMDB, o PSDB e o DEM. Outros partidos fecharam apoio contra as investigações, como são os casos de PSC, Solidariedade e PTB. PSD foi um dos partidos que liberou a votação. No campo da oposição, PT, PSOL, Rede, PDT, PHS, PCdoB votaram contra o relatório. Esses partidos fizeram obstrução ao longo de todo dia, uma vez que a tendência era impedir as investigações.

O presidente Michel Temer não pode comemorar vitória com o arquivamento das investigações. Por um momento, por volta das quatro da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) quase adiou a votação por falta de quórum. Naquele momento havia sido registrada a presença de apenas 320 deputados em plenário. Eram necessários 342, sendo que a casa tinha mais de 400 deputados presentes. Após manobra dos governistas, que ameaçavam com o corte de ponto, o quórum foi atingido.

Na primeira denúncia, em 2 de agosto os votos favoráveis a Temer foram de 263. Por outro lado, aqueles que queriam a continuidade das investigações somaram 227 votos. O plenário contou 19 ausências, em um total de 492 votantes. Na segunda denúncia apresentada pelo ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, os favoráveis ao arquivamento contabilizaram 251 votos. Já os que queriam o prosseguimento das investigações foram 233. Dessa vez, a Casa contabilizou 25 ausências.

A votação ocorreu em meio a novas suspeitas de compra de votos. O deputado Darcisio Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul, foi flagrado com uma lista de emendas do Ministério da Agricultura. Conforme os deputados registraram a presença em plenário, o parlamentar marcava um X nos recursos que podem vir a ser liberados. O próprio relator do pedido de arquivamento, Bonifácio de Andrada (PSDB), admitiu ter recebido R$ 11 milhões em emendas antes de apresentar seu parecer.

Argumentos

Diferente do impeachment da presidente Dilma Rousseff e da primeira denúncia contra Temer, os deputados estavam mais contidos ao proferir seus votos. Principalmente aqueles que votavam a favor do arquivamento. Estes se limitavam a dizer que a economia está em recuperação e que a acusação não tinha fundamento. “É uma farsa essa acusação”, cravou Leonardo Piciani (PMDB/RJ). Doutro lado, a oposição apontou novamente o golpe em Dilma Rousseff, a contrariedade às reformas, ao “Quadrilhão” e contra o trabalho escravo. A oposição ainda questionou a compra de votos. “É repugnante ver que o governo usa corrupção para barrar investigação de corrupção. Votar pelo arquivamento é obstrução da Justiça”, afirmou Chico Alencar (PSOL/RJ).

Chamou atenção o voto do deputado Cabo Daciolo (Avante/RJ) . Ele votou pela investigação, acusou metade da bancada evangélica de ser corrupta e pediu intervenção militar e divina no Brasil.

Mal estar

Ainda pela manhã, antes do início da votação e enquanto ocorria a obstrução, o presidente Michel Temer passou mal e foi atendido no hospital do Exército. Em nota à imprensa, a assessoria afirmou que o presidente Michel Temer teve um desconforto  e que o médico de plantão constatou uma obstrução urológica.