Escrito por: RBA

Rejeição a Doria e Bolsonaro faz Haddad virar em São Paulo: 51% a 49%

Rejeição do prefeito Doria, que abandonou o cargo com 15 meses de mandato, é alta e pesquisa aponta também crescimento de rejeição a Bolsonaro. No primeiro turno, Bolsonaro teve 44% e Haddad 19%.

RICARDO STUCKERT
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O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, virou o jogo na disputa contra Jair Bolsonaro (PSL) na capital paulista. O petista tem 51% e o capitão da reserva tem 49%, segundo a última pesquisa Ibope. A principal influência para o cenário é a rejeição ao candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, que vem forçando uma aliança “BolsoDoria”, defendendo o voto casado nos dois. O tucano tem 48% de rejeição na cidade que ele administrou até abril deste ano. A última pesquisa de intenção de voto para o governo paulista indica Doria com 41% e seu adversário, o atual governador Marcio França (PSB), com 59%, na cidade.

A virada de Haddad sobre Bolsonaro na capital representa uma grande mudança de votos – . No primeiro turno, o petista teve 19,7% dos votos dos paulistanos, contra 44,5% do candidato do PSL. As investidas de Doria para pegar carona na onda Bolsonaro – alicerçada numa fábrica de ataques e fake news disparadas sobretudo por WhatsApp – esbarram ainda em briga antiga entre o senador eleito Major Olímpio (PSL) e o PSDB.

“Não abraço meu carrasco. Não os tenho como adversários, e sim como inimigos”, disse Olímpio ao jornal Folha de S.Paulo. São de Olímpio algumas das mais fortes críticas aos governos tucanos em São Paulo. Ele apelidou Alckmin de “inimigo público nº 1 da polícia de São Paulo” e rebatizou a sigla do partido como “Pior Salário Do Brasil”.

No primeiro turno, 86% dos eleitores de Doria diziam votar em Bolsonaro contra 14% em Haddad. Nesse momento, o candidato oficial do tucano ao planalto era Alckmin, que depois o acusaria de traidor, em reunião da executiva nacional do PSDB. Apesar da insistência de Doria, que chegou a viajar ao Rio de Janeiro na intenção obter apoio oficial, Bolsonaro não declarou apoio a ele. Entre os eleitores de França, 59% dizem que votam em Haddad e 41% em Bolsonaro.

Além do fator comparação – a gestão Doria, que durou apenas 15 meses passou a ser reprovada pela população – pesa também a favor do candidato do PT a queda de sua rejeição quase que na mesma proporção em que cresce a de Bolsonaro. Na pesquisa nacional do Ibope, a rejeição a Haddad caiu 6 pontos percentuais, de 47% para 41%, enquanto a de seu adversário subiu de 35% para 40%.