Escrito por: estagiária Bárbara Oliveira

Servidores públicos de Florianópolis continuam em greve, após sofrerem violência

Mesmo com todas as represálias do prefeito Gean Loureiro, a categoria continua resistindo e pede pela retirada do Projeto de Lei que quer colocar Organizações Sociais para administrar setores públicos

Divulgação Sintrasem
Servidores votam por unanimidade pela continuidade da greve.

Apesar de todas as violências contra os servidores públicos de Florianópolis a categoria decidiu, por unanimidade, pela continuidade da greve, que teve início no dia 11 de abril. O Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis) fez assembleia ontem, dia 23, com 5 mil trabalhadores e trabalhadoras.

Os servidores reivindicam a retirada do Projeto de Lei que autoriza a prefeitura a contratar organizações sociais em alguns serviços da saúde e educação.

No último sábado, dia 21, a câmara se reuniu em uma sessão em pleno feriado para votar o Projeto de Lei 17.484/2018. O PL foi aprovado por 16 votos favoráveis e 6 contra. Os servidores se manifestaram contrários a esse projeto e foram recebidos com spray de pimenta e bombas de efeito moral. A Guarda Municipal jogou gás de pimenta nos manifestantes e as portas foram fechadas para que ninguém saísse do local. Muitos passaram mal.

 

Sindicato sofre represálias

Desde a decisão da greve o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis – Sintrasem, tem sofrido ataques que querem impedir a organização dos trabalhadores. A justiça decretou a greve ilegal, após cinco dias de manifestações.  O desembargador Hélio do Valle Pereira, da Vara da Fazenda Pública da capital, decretou uma multa de 100 mil reais caso a greve continue. Além disso, o prefeito, Gean Loureiro, ataca individualmente cada diretor do sindicato exigindo que seja pago uma multa de 10 salários mínimos por dia, caso a greve continue. "Mesmo sob forte repressão policial a categoria permaneceu firme e continua decidida a dar sequência na luta contra as O.S.”, afirmou o presidente do Sintrasem, Renê Munaro.

Para a presidenta da Confetam, Vilaní Oliveira, a greve é um direito constitucional, portanto os servidores têm pleno direito a se manifestarem paralisando suas atividades em defesa dos seus direitos e do serviço público de qualidade. “Ao decretar a ilegalidade da greve, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, fere um princípio constitucional e presta um desserviço à sociedade”, afirmou. A presidenta lamenta ainda a violência com a qual os servidores foram tratados em um ato pacifico, “foi um ato de covardia tanto dos vereadores, que não foram eleitos para este fim, tanto do prefeito Gean Loureiro. A luta e a resistência são o único caminho que nos resta”, disse Vilaní.