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Artigo

Justiça de gênero: como combater as desigualdades no serviço público

Publicado: 27 Março, 2025 - 00h00 | Última modificação: 27 Março, 2025 - 10h55

Falar se justiça de gênero se faz necessário reafirmar que os estereótipos de gênero associam homens a características de liderança, força e racionalidade e as mulheres são estigmatizadas como dóceis, menos inteligentes e sensíveis. Esses estereótipos podem favorecer homens em cargos de liderança, prejudicar o avanço das mulheres e excluí-las das decisões organizacionais e de gestão. Persistem crenças equivocadas de uso da sexualidade para avanço na carreira, bem como práticas de descrédito, apropriação de ideias e assédio (moral e sexual).

E apesar de maioria, as mulheres no serviço público, seja municipal, estadual ou federal, estão concentradas em ocupações menos valorizadas. Sob a influência de estereótipos de gênero, atribui-se a elas a responsabilidade por atividades ligadas ao cuidado e observa-se a desigualdade salarial, com maior remuneração às carreiras majoritariamente masculina e se reproduz a divisão sexual do trabalho, semelhante ao que ocorre no setor privado, em uma segregação horizontal entre homens e mulheres.

As Mulheres estão em desvantagem na preparação para concursos para carreiras mais bem remuneradas e, quando já ocupam cargos e empregos públicos, têm dificuldade de progressão por merecimento, de acesso a cargos de chefia, direção e assessoramento, bem como de manter a posição. A sobrecarga com serviços domésticos se intensifica nas fases da vida da mulher em que lhe é exigido o cuidado com filhos, pais e parentes e o tempo para a qualificação é escasso ou inexistente. São urgentes medidas que enfrentem a sobrecarga financeira e de trabalho das mulheres, a exemplo do aumento da licença-paternidade, do número de creches, de duração do auxílio escolar e de educação antirracista.

Para que de fato aconteça a justiça de gênero é preciso combater a desigualdade de gênero no serviço público, promover a igualdade salarial, ampliar a participação feminina em cargos de liderança e criar políticas de prevenção à violência.