Escrito por: Thiago Marinho

Anistia informa que o Brasil é o "país da negligência"

Segundo a Anistia Internacional, chega a 120 mil o número de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas no Brasil.

Divulgação
Com o documento, a Anistia Internacional vai oficiar o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a Anistia Internacional, chega a 120 mil o número de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas no Brasil. Isso somente em 2020, o primeiro ano da pandemia. O dado está no informe "Anistia Internacional sobre o estado dos direitos humanos no mundo", divulgado pela entidade nesta terça-feira (29).  

Além das violações referentes à crise sanitária durante o governo Bolsonaro, o documento fundamenta em números o agravamento do desemprego, das violências policial e de gênero, da destruição do meio ambiente e da falta de acesso a alimentos no último ano.  

“O relatório é uma fotografia do Brasil e do mundo. E a fotografia é dramática”, resume Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no país. “O Brasil, ao longo da pandemia, tem emergido como o país da negligência”, atesta. 

Com o documento, a Anistia Internacional vai oficiar o presidente Jair Bolsonaro (PL); a ministra Damares Alves (PP), da Secretaria da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; e os presidentes das comissões de Direitos Humanos na Câmara Federal e no Senado, Carlos Veras (PT) e Humberto Costa (PT), respectivamente.  

O informe da organização alerta que a má gestão da pandemia deu origem a múltiplas crises no Brasil, caso do desemprego e perda de renda, que afetou mais severamente mulheres negras, e o consequente drama da insegurança alimentar, que atinge cerca de 19 milhões de pessoas.

“O Brasil voltou a viver um quadro muito triste em tudo o que diz respeito aos direitos humanos. Seja por ações de desmonte de uma rede de proteção social que alargou a fome, a pobreza e a morte de inocentes pela pandemia, seja pela adoção de políticas nefastas, como a liberação de armas, que estimulam conflitos agrários, assassinatos de indígenas e feminicídios. A gestão de Bolsonaro representa um dos maiores retrocessos da nossa história recente”, finalizou Jucélia Vargas, Presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT).