Escrito por: Nathan Gomes

Aumento da violência contra a população LGBTQIA+ no Brasil reflete cenário alarmante

Relatório aponta o Brasil como líder mundial em crimes de ódio contra LGBTQIA+ e alerta para a falta de políticas efetivas

O Brasil registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2024, um aumento de mais de 8% em relação ao ano anterior, segundo o relatório anual do Grupo Gay da Bahia (GGB). Esses números representam uma morte a cada 30 horas, reforçando o país como líder mundial em crimes de ódio contra essa população entre as nações que monitoram o tema.

A maioria dos casos foi classificada como homicídio (239), seguida por latrocínios (30) e suicídios (18). As vítimas, com idades entre 5 e 75 anos, pertencem a diferentes classes sociais e contextos, incluindo trabalhadores da saúde, educação e profissionais do sexo. O relatório aponta que 60,8% tinham entre 19 e 45 anos, e a média de idade de travestis e transexuais assassinadas foi de 24 anos, evidenciando a baixa expectativa de vida dessa população.

Entre os estados, São Paulo liderou em números absolutos, com 53 mortes, mas proporcionalmente, a Bahia apresentou a maior taxa. Entre as capitais, Belo Horizonte, Maceió e Salvador destacaram-se como as mais violentas.

O estudo enfatiza a necessidade de políticas públicas efetivas, incluindo educação inclusiva, rigor na aplicação de leis contra LGBTfobia e a criação de ações que promovam a segurança e dignidade dessa população. Além disso, o GGB alerta que a ausência de estatísticas oficiais pode levar à subnotificação dos casos, agravando o problema.

A Confetam reforça seu compromisso com a luta por direitos humanos e com a promoção de uma sociedade segura e inclusiva para a população LGBTQIA+. É essencial que governos, organizações sociais e a sociedade civil atuem juntos para transformar esse cenário alarmante.

 

Com informações do GGB e Brasil de Fato.