Escrito por: Confetam

Avanços e desafios da Lei Maria da Penha nos seus 14 anos de vigência

A Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, completa, no presente ano, quatorze anos de sua promulgação no ordenamento jurídico brasileiro

Confetam

Por Maria Ozaneide de Paulo (Integrante do Fórum Cearense de Mulheres e Secretaria Macional de Mulheres da Confetam/CUT)

Na semana que a Lei Maria da Penha completa 14 anos, em mais um ano de vigência da legislação, ainda existem muitos desafios para a sua completa implementação. Todos os dias, a Lei enfrenta dificuldades para se constituir como um instrumento eficiente no combate à violência contra a mulher.

Sabemos que a medida, por si só, não elimina todas as formas de violências vivenciadas pelas as mulheres, mas traz no seu bojo o principal avanço da luta do movimento de mulheres, que é o combate ao machismo, ao patriarcado e ao racismo arraigado nas relações sociais e de gênero. Isso porque a Lei Maria da Penha fomenta o debate para a desconstrução cultural do machismo  que tem o corpo da mulher como central para o controle da posse sobre a vida da mulher e onde se reproduz uma série de violências. Talvez esse seja o maior desafio, antes e agora no contexto de pandemia e de isolamento social.

Também podemos considerar um avanço possível pela Lei a perspectiva de tipificar, punir e julgar crimes contra a mulher, seja ela negra, lésbica ou mulher com deficiência.

Apesar de amparar a mulher com criação de uma rede de enfrentamento, o desafio está na superação dos limites da política pública que não chega a todas as mulheres, falta de acesso e efetividade dos equipamentos inexistentes na maioria dos municípios brasileiros.

E nesse contexto de pandemia, o funcionamento da rede de acolhimento tem sido um desafio a mais para as mulheres em situação de violência. Repensar estratégias que visem eliminar todas as formas de violência ainda são o maior desafio para a implementação integral da Leia Maria da Penha, para que os crimes contra a mulher não fiquem na impunidade e que as mulheres se mantenham livres e vivas.

PELA VIDA DAS MULHERES, VIOLÊNCIA NÃO!