Bolsonaro veta reajuste a servidores, mas antes editou MP's para favorecer policiais
Congelamento vai até dezembro de 2021 e atinge funcionalismo da União, estados e municípios. Parte da base bolsonarista foi poupada
Publicado: 28 Maio, 2020 - 11h24
Escrito por: Dever de Classe
O presidente Jair Bolsonaro sancionou ontem (27/5) o pacote de ajuda a estados e municípios por conta da pandemia de coronavírus. Na mesma medida, vetou reajustes para servidores da União, estados e municípios até dezembro de 2021. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quinta (28/5).
Antes de congelar o salários de milhões de funcionários, o capitão editou duas medidas provisórias para livrar do arrocho parte da base bolsonarista. Uma favorece policiais civis e militares de Brasília e tem custo de meio bilhão de reais para a União. Outra, favorece a Polícia Federal. Informações estão em matéria de hoje (28) da Folha de S.Paulo.
Justificativa cínica
Quando anunciou que iria congelar o salário dos servidores até dezembro de 2021, Bolsonaro disse que "é bom para o servidor." A Folha (21) destacou essa cínica justificativa. Disse o capitão: "É bom para o servidor, porque o remédio é o menos amargo, mas é de extrema importância para todos os 210 milhões de habitantes."
Medida é tão "boa" para quase todos os servidores que Bolsonaro poupou parte de sua base desse "remédio menos amargo".
Piso do magistério e outros reajustes prejudicados
Medida anunciada por Bolsonaro será mais um forte empecilho para o reajuste do piso nacional dos professores, inclusive o deste ano (12,84%), nos lugares onde ainda não foi cumprido.
"Prefeitos e governadores, com certeza, usarão projeto do governo federal como mais um argumento para querer negar os reajustes do magistério relativos a 2020 e 2021. Caberá aos sindicatos da categoria reagirem quanto a isso, pois o piso dos professores foi instituído por uma lei federal", disse o jurista Carlos N Freitas.
Freitas lembra também que no geral todo o funcionalismo estará prejudicado.
Congelamento proposto por Bolsonaro ainda terá que ser aprovado no Congresso Nacional.