Escrito por: Alison Marques

Chão da escola em pauta na abertura do 1º Encontro Nacional da Confetam

Na mesa de abertura, a presidenta da Confetam, Jucélia Vargas, destacou a importância simbólica e política do encontro.

Priscila Cardoso

Teve início neste sábado (12), em São Paulo, o 1º Encontro Nacional de Educação da Confetam/CUT, reunindo dirigentes sindicais, servidores e servidoras municipais da educação de todo o país. O evento segue até domingo (13), na sede do Sindicato dos Químicos, com o objetivo de construir estratégias coletivas em defesa da educação pública de qualidade, da valorização dos profissionais do setor e da democracia.

Na mesa de abertura, a presidenta da Confetam, Jucélia Vargas, destacou a importância simbólica e política do encontro. “Nosso último congresso criou a Secretaria de Educação da Confetam, reconhecendo que temos trabalhadores e trabalhadoras em todos os setores das escolas, não dialogamos só com professores. Estamos vivendo um momento crucial de construção do novo Plano Nacional de Educação, e é por isso que nos mobilizamos para fazer este encontro o mais rápido possível, para pensar como esse processo está sendo conduzido e criar estratégias para que o chão da escola seja, de fato, ouvido”, afirmou.

Jucélia também fez um alerta sobre a importância de envolver todos os profissionais da educação no debate sobre o futuro do país. “Que educação a gente quer? Que sociedade a gente quer? Ninguém começa uma casa pelo teto. É com base sólida e ouvindo quem está na base da escola que se constrói um projeto de nação”, reforçou.

A presidenta da Fetam-SP, Eunice Lopes (Nicinha), reforçou o papel coletivo dos profissionais da educação na construção de um Brasil mais justo. “A educação se faz desde a limpeza até a direção da escola. Que esse seja o início da nossa construção. A transformação está nas nossas mãos, neste momento tão difícil que estamos passando e também em 2026. Se a gente não tiver um povo com uma educação transformadora, educado por mãos conscientes como as que estão aqui, não conseguiremos mudar a sociedade. Precisamos fazer muito mais”, disse.

Já a secretária nacional de Organização e Política Sindical da CUT, Graça Costa, chamou atenção para a luta por reconhecimento e para os ataques que ameaçam os direitos conquistados. “Queremos ser reconhecidos como representantes legítimos. São mais de 6 milhões de servidores municipais, e a maioria está na educação. Este encontro é um marco. Quem educa tem que ser militante, e quem é militante não luta por uma única causa: temos que ir para as ruas, mobilizar nossas centrais sindicais e não permitir que a reforma administrativa avance, muito menos que destruam as políticas públicas que já conquistamos”, afirmou.

O encontro também está debatendo as diretrizes para atuação sindical no setor educacional municipal, o financiamento da educação, os desafios impostos pelas reformas em curso e os caminhos para uma formação crítica e libertadora. A Confetam reafirma seu compromisso com a defesa de uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade socialmente referenciada e construída com os trabalhadores e trabalhadoras que estão no cotidiano das escolas.