Escrito por: Confetam/CUT

Confetam/CUT repudia ataque do líder de Bolsonaro na Câmara contra professores

Ricardo Barros afirmou que docentes “não querem trabalhar” alegando riscos da pandemia de Covid-19

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A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) repudia, de forma veemente, a falta de respeito do líder do desgoverno Bolsonaro na Câmara Federal, deputado Ricardo Barros (PP-PR), com os professores e professoras brasileiras. Nesta terça-feira (20), durante entrevista à CNN Brasil, o parlamentar afirmou que docentes e organizações representativas da categoria usam a pandemia como desculpa para professores não trabalharem.

Apesar das milhares de mortes causadas pela Covid-19 no Brasil, Ricardo Barros disse não haver qualquer motivo que justifique o fato de os professores não estarem dando aula presencialmente.  

“Infelizmente, o Brasil foi abduzido pelas corporações. Não tem nenhuma razão para o professor não dar aula. O profissional de saúde está indo trabalhar, o profissional do transporte está indo trabalhar, o profissional da segurança está indo trabalhar, o pessoal do comércio está indo trabalhar, só professor que não quer trabalhar", atacou o representante de Bolsonaro na Câmara.

Como se não bastasse, o parlamentar acusou os docentes de acomodação e de estarem prejudicando as crianças. Também aproveitou para atacar o concurso e a estabilidade dos professores da rede pública de ensino. "É um absurdo a forma como estamos permitindo que professores causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O professor não quer se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso, está esperando se aposentar, não quer aprender mais nada", disse. 

Mas o que estaria por trás de tamanho escárnio com a mais importante de todas as profissões? A resposta é simples: a votação na Câmara dos Deputados, prevista para hoje, do Projeto de Lei 5595/20. O PL torna “serviço essencial” as atividades presenciais na Educação Básica e no Ensino Superior e, se aprovado, tornará obrigatória a volta das aulas presenciais no momento mais crítico da pandemia.

Fruto da pressão do empresariado da educação, o PL 5595/20 ignora o risco de disseminação do novo coronavírus com a volta das aulas presenciais em escolas e faculdades. A proposta reduz a complexidade da educação à mera prestação de um “serviço”, colocando o lucro acima do maior de todos os direitos: o direito à vida!

Ao tempo que repudia as declarações do líder de Bolsonaro, a Confetam/CUT apela a deputados e deputadas federais para que votem contra tamanha irresponsabilidade cujas consequências podem ser catastróficas para o controle da pandemia no Brasil.

Fortaleza, 20 de abril de 2021

Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal - Confetam/CUT