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Confetam lança campanha “É hora de enegrecer o serviço público”

Na noite desta terça (11/07), a Confetam/CUT lançou, nas redes sociais da entidade, a campanha permanente “É hora de Enegrecer o Serviço Público"

Publicado: 11 Julho, 2023 - 20h37

Escrito por: Thiago Marinho

Confetam/CUT
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Na noite desta terça (11/07), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) lançou, nas redes sociais da entidade, a campanha permanente “É hora de Enegrecer o Serviço Público”.

O evento teve a abertura com a fala da presidenta da Confetam/CUT, Jucélia Vargas. “A mobilização é apresentada em sintonia com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, reforçando a luta pela igualdade de oportunidades, o fim do racismo estrutural e a garantia de direitos para as mulheres negras. Após o lançamento, a campanha terá caráter permanente, visando uma transformação contínua e duradoura”, ressaltou a dirigente sindical.

O lançamento deu continuidade pela secretária de Combate ao Racismo da Confetam/CUT, Vilani Oliveira, com a apresentação de parte do material da campanha que deve ser aderida pelas federações e sindicatos. “Com um olhar para o serviço público, a campanha pretende dar maior visibilidade à luta das mulheres pretas e atuar no combate a todas as formas de preconceito, racismo e desigualdade social. É fundamental destacar que os preconceitos e as desigualdades também incidem sobre o sistema público brasileiro, uma vez que o racismo é estrutural e se representa nas instituições”, declarou Vilani.

Segundo Iêda Leal, secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Igualdade Racial, enegrecer o serviço público também passa pelo âmbito político. “Reconhecer e dar visibilidade ao povo negro também passa pelo compromisso em enegrecer o serviço público brasileiro. O movimento necessita com urgência de apoio político e com políticas públicas includentes”, ressaltou Iêda

Para Anatalina Lourenço, assessora chefe de Participação Social e Diversidade do Ministério do Trabalho e Emprego, o debate de enegrecer o serviço público é fundamental. “Quando falamos em enegrecer focamos também nos usuários, que em grande parte é a população negra. Mais do que essa campanha em si, essa população, que é atendida por esse serviço, precisa ser reconhecida nele, com maior compreensão da dor da população negra”, enfatizou.

Através de vídeo, Zelma Madeira, secretária da Igualdade Racial do Governo do Ceará, ressaltou a demarcação da população negra em todos os ambientes. “Precisamos ocupar todos os espaços, inclusive no serviço público. Muito importante demarcar, pois a história das mulheres é sempre de luta e devemos seguir resiliente logo a nossa batalha é diária”.

“A iniciativa é muito importante e espero que tenha força e vida longa, para que se crie mecanismos de ocupação da comunidade negra nos serviços públicos, e que mais negros possam acessar a esses serviços públicos. Enegrecer é uma medida de justiça, de igualdade racial e de combate ao racismo”, ressaltou Mártir Silva, secretária executiva da Igualdade Racial do Ceará.

Segundo Leninha Sousa, deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras de Minas Gerais (PT), a ocupação de espaços de poder dos negros deve ser a ordem do dia no legislativo, executivo e no judiciário. “Precisamos mais de nós para ocuparmos os locais de poder. Enegrecer é fundamental para que possamos ocupar esses espaços, na luta contra o racismo estrutural. Quero parabenizar a Confetam pela iniciativa de grande valia para a sociedade brasileira”.

Para a secretária de Mulheres do Movimento Negro Unificado do Ceará (MNU-CE), Geyse Anne, é importante que mais vagas sejam disponibilizadas no serviço público municipal, estadual e federal. “Lutamos por mais vagas no serviço público em todos os setores. A Confetam é mais uma grande parceira nossa na luta contra o racismo estrutural”.

Participando através de vídeo, Mádila Barros, advogada em Direito Público, explanou sobre a sociedade racista atual. “Hoje no serviço público a ocupação de vagas é um reflexo da nossa sociedade racista. A falta de diversidade afeta e impacta a qualidade e no acesso ao serviço público municipal. Com relação as mulheres negras estamos sub-representadas. Precisamos de formação para as pessoas negras”.

Finalizando a live, Sandra Petit, coordenadora do Núcleo das Africanidades Cearenses (Nace), falou sobre o racismo estrutural no âmbito acadêmico. “Temos a necessidades de cotas e cargos para a população negra. No Brasil, principalmente nas universidades, temos uma minoria de professoras negras. Essa pauta é muito importante, pois temos esse déficit na educação brasileira. Nós precisamos que em cada universidade tenhamos mais componentes da comunidade negra. Na educação é onde os alunos podem visualizar seus semelhantes. O empoderamento também passa pelo estudo das principais personalidades da comunidade negra do Brasil. Vamos lutar pela educação com referências negras”, finalizou.