Escrito por: Déborah Lima
Ato em defesa da democracia e em solidariedade ao presidente legítimo e ao povo boliviano reuniu 120 pessoas de mais de 60 organizações de 11 países.
A Confederação dos Trabalhadores Públicos Municipais da Internacional de Serviços Públicos das Américas (Contram/ISP) e a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) fortaleceram o ato público realizado no início da tarde desta terça-feira (12), em Brasília, contra o golpe de Estado na Bolívia, que provocou a renúncia do presidente legítimo Evo Morales.
Com a presença de cerca de 120 pessoas, entre elas a presidenta da Contram/ISP e da Confetam/CUT, Vilani Oliveira, e representantes de mais de 60 organizações de 11 países participantes do Seminário Internacional BRICS dos Povos, o ato em defesa da democracia boliviana ocorreu no prédio da embaixada do país em Brasília.
Representantes do Brasil, Rússia, Índia, África do Sul, Mauritânia, Marrocos, Nepal, Congo, Peru, Estados Unidos e Venezuela foram recebidos pelo embaixador José Kinn Franco.
Ataque à autodeterminação dos povos
“Fomos pessoalmente levar nossa solidariedade ao presidente legítimo e à população da Bolívia, que sofre com mais esse ataque à autodeterminação dos povos da América Latina”, explica Vilani Oliveira.
O embaixador da Bolívia afirmou que o golpe - promovido a pretexto de uma “fraude eleitoral” – foi comandado por forças fascistas derrotadas nas eleições e pelo Imperialismo, que não consegue conviver com a democracia e almeja se apossar das riquezas dos países e da vida dos povos que querem dominar.
Golpistas não aceitam novas eleições
Franco denunciou a violência a qual o povo boliviano está sendo submetido e explicou que a intenção de Evo Morales ao convocar novas eleições era trazer a paz e impedir um banho de sangue. Mas a proposta foi rejeitada pelos golpistas, entre eles a alta cúpula das Forças Armadas da Bolívia, que “sugeriu” a renúncia de Evo Morales, hoje exilado no México.
Apesar da forte reação do povo boliviano, que ocupa as ruas do país para defender a democracia e o governo legítimo, a situação é preocupante.
O povo fará a resistência
"O apoio popular a Evo é grande, mas infelizmente nos desmobilizamos, e isso facilitou que setores da polícia se incorporassem ao golpe. Mas todas as transformações do governo Evo não foram em vão. É a partir dessa consciência e dessa memória que o povo fará sua resistência", afirmou o embaixador.
O ato de solidariedade à Bolívia foi deliberado no primeiro dia Seminário BRICS dos Povos, que iniciou na segunda-feira (11) e encerra nesta terça-feira (12), véspera da 11ª Cúpula dos Presidentes dos BRICS. A reunião do bloco econômico, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, será aberta nesta quarta (13), em Brasília.