Escrito por: MST Ceará - Edição: Confetam
A iniciativa integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, realizada anualmente
Sensível às dificuldades enfrentadas pelos mais pobres diante da pandemia de Covid-19, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) do Ceará irá distribuir nesta sexta-feira, 17 de abril, cerca de 15 toneladas de alimentos produzidos em seus assentamentos e acampamentos em todo o estado. Milho verde, feijão, jerimum, melância, mamão, pepino, banana, tomate, farinha e 5 mil litros de leite inatura são alguns dos itens doados.
A iniciativa integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, realizada anualmente em abril, em alusão ao massacre de 17 de abril de 1996, em Eldorado dos Carajás, no Pará. Assim, neste período, são realizadas ocupações, trancamentos e diversas mobilizações pautando a Reforma Agrária. Neste ano, a mobilização será marcada por uma rede de solidariedade.
Com o tema "Reforma Agrária Contra a Impunidade, Produzindo Alimentos Pro Campo e Cidade", o Movimento Sem Terra realizará doações de alimentos, marmitas, doação de sangue e diversas homenagens aos mártires de Carajás durante todo o dia.
No Ceará, os alimentos serão doados para algumas organizações e movimentos populares que atuam na periferia de Fortaleza, como a Pastoral dos Migrantes e refugiados, o Lar Amigos de Jesus, a Casa Filho Prodígio, a comunidade do Dendê, o Movimento de Saúde Mental Comunitária, o Recanto Sagrado Coração de Jesus, o Movimento dos Trabalhadores por Direitos(MTD), os moradores do residencial Cidade Jardim I e II, a Etinia Potiguar, a Comunidade Moura Brasil e outros. Também terá distribuição em Crateús, Jati, Mauriti e Crato.
Para Neidinha Lopes, da direção do MST, “o 17 de Abril simboliza o marco da luta camponesa, enfrentamento em defesa da Reforma Agrária e denuncia dos assassinatos no campo, esse ano diante da Pandemia Covid-19, uma conjuntura difícil para toda humanidade principalmente a classe trabalhadora, vamos realizar atos em todo Brasil distribuindo alimentos vindos diretamente dos assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária, as nossas ações trarão também a defesa de politicas públicas e direitos sociais, pois hoje estamos com essa ação demonstrando a importância que tem a garantia da terra para quem nela trabalha, estaremos doando os frutos da nossa terra conquistada e muitos ainda a conquistar, nosso compromisso é produzir alimentos saudáveis e fazer chegar nas mãos de quem mais precisa, é momento de solidariedade, de transformar o luto em força pra combater os nossos inimigos nesse momento”.