Escrito por: Déborah Lima

CUT realiza I Seminário do Ramo dos Municipais na Paraíba

Realizada em João Pessoa pela Secretaria de Políticas Sociais e Formação Sindical, atividade contou com a participação de 21 sindicatos de servidores municipais de todas as regiões do estado.

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Sindicatos de servidores municipais de toda a Paraíba participaram o I Seminário do Ramo

A Central Única dos Trabalhadores na Paraíba (CUT/PB) realizou em João Pessoa, nos dias 15 e 16, o I Seminário do Ramo dos Servidores Públicos Municipais do Estado. Promovido pela Secretaria de Políticas Sociais e Formação Sindical da CUT/PB, o seminário contou com a participação em tempo integral do presidente da entidade, Paulo Marcelo, da presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira, e da secretária de Comunicação e Imprensa da Confetam, Cícera Batista, entre diversos convidados. 

Com o tema “Desafios da organização do Ramo e financiamento frente a conjuntura atual”, o evento ocorreu no auditório do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintricon). Na ocasião, foi lançada a Campanha Salarial Nacional Unificada 2019 dos Servidores Públicos Municipais com a presença de representantes de 21 sindicatos da categoria de todas as regiões da Paraíba.

O presidente da CUT/PB fez uma fala emocionante, destacando a importância de as lideranças dos servidores municipais desenvolverem o poder da “escutatória”: falarem menos e escutarem mais, principalmente nas mesas de negociação, para fazerem um contraponto qualificado ao discurso dos prefeitos a partir dos argumentos usados pelos próprios gestores públicos. Ele também abordou os desafios da organização do Ramo no estado diante da fragilidade do momento político e econômico vivido no Brasil. 

Os debates do primeiro dia iniciaram com análise de conjuntura, feita pelo professor de Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Mário Ladosk, e encerraram com o lançamento da Campanha Salarial 2019, coordenado pela presidenta e pela secretária de Comunicação da Confetam/CUT.

No segundo dia, a representante do SindisPrev, Vera Level, analisou a reforma da previdência; o educador popular Denilson Pinto falou sobre a nova revolução tecnológica e suas implicações para o mundo do trabalho; o secretário nacional adjunto de Comunicação da CUT, Greg Medeiros, abordou a comunicação no movimento sindical; e a presidenta da Confetam/CUT discutiu a organização e o financiamento do Ramo. 

Os participantes também discutiram os preparativos para a Conferência Nacional de Formação e o Congresso Nacional da CUT, e a importância da participação dos servidores municipais nos atos do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, nesta sexta-feira (22), e nas manifestações nacionais do dia 7 de abril, data em que completa um ano da prisão política do ex-presidente Lula para impedi-lo de disputar e vencer as eleições de 2018.

A presidenta da Confetam/CUT destacou a importância da viabilização do financiamento da luta da categoria diante das adversidades enfrentadas pelo movimento sindical, defendeu a regionalização dos sindicatos e a solidariedade entre as entidades da mesma região, a exemplo da Regional Sertão. Ela apontou as campanhas de filiação, o trabalho de base e de formação política como fundamentais à sobrevivência do movimento..

"É importante mostrar para as pessoas que se com o sindicato a situação tá ruim, sem ele a situação piora. Temos de fazer formação na base, por local de trabalho, juntar os trabalhadores por bairro no final de semana, juntar pequenas rodas de conversa, com um foco central: o combate à reforma da previdência", apontou a presidenta da Confetam/CUT.

Vilani destacou ainda o formato do I Seminário do Ramo na Paraíba como um exemplo a ser seguido pelo movimento sindical de todo o país. "Eles fizeram a atividade na sede do Sintricon, ficaram hospedados num espaço da entidade, vários ficaram nas sedes de outros sindicatos, fretaram ônibus, trouxeram colchonetes, dividiram as tarefas, todo mundo pagou uma pequena taxa de inscrição para poder ter direito às refeições, fizeram blusas do evento, todas foram vendidas a R$ 25,00. Esse é o formato", aponta a dirigente.

Ela enfatizou que a Paraíba nem sequer tem uma federação estadual de sindicatos de servidores municipais constituída, por conta de uma disputa judicial, mas mesmo assim os trabalhadores estão organizados. “Não dá pra ficar em hotel? O dinheiro é curto? Então, fica na casa de um militante. Assim eles (os servidores municipais da Paraíba) têm feito. O que não dá é pra parar de fazer a luta. Então, vamos nos inspirar nessas experiências para estimular a companheirada a ir para os enfrentamentos", completou Vilani.