Escrito por: Confetam
Depois de participarem de debate sobre violência, feminismo e saúde, trabalhadoras do camp
Estima-se que meio milhão de mulheres sejam vítimas de estupro por ano no Brasil, que dois terços delas sejam meninas com menos de treze anos de idade e que a cada onze minutos ocorra um estupro no país. Os dados divulgados pelos movimentos feministas apontam que a cada 90 minutos uma brasileira é assassinada e que a cada quinze minutos uma mulher é vítima de violência.
No intuito de discutir saídas para esse quadro dramático, a Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora da CUT Ceará, em parceria com o Projeto "Unidas & Livres: Unidas na Luta e Livres na Vida", realizaram, em 25 de novembro, Dia Internacional da não Violência contra a Mulher, um Seminário Estadual para marcar a data.
O evento ocorreu pela manhã, no auditório da CUT/CE, com a promoção do Seminário Nenhuma a Menos. O debate contou com a presença das secretárias de Relações do Trabalho da Confetam, Carmem Santiago, e da CUT Nacional, Graça Costa. Feminismo, saúde da mulher no mundo do trabalho e outras formas de violência, como os vários tipos de assédio, estiveram na pauta, que teve o enfoque de gênero, raça e orientação sexual.
Empoderamento feminino
"O objetivo é pensar estratégias de luta para o enfrentamento da violência e o empoderamento da mulher no mundo do trabalho", explica Carmem Santiago, que também é secretária-geral da CUT/CE. O evento contou ainda com as participações de Mara Feltes, diretora Executiva da CUT Nacional, e Marilane Teixeira, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trbalho (Cesit/SP).
À tarde, as trabalhadoras do campo e da cidade que participaram do seminário se dirigiram para o cruzamento das Avenidas da Universidade e Treze de Maio, em Fortaleza, onde se integraram a um ato público organizado pelo Fórum Cearense de Mulheres e demais movimentos feministas.
Sangue das vítimas
Nas ruas, elas fizeram muito barulho e denunciaram, de forma contundente, a violência de gênero, exigindo justiça e punição para os agressores e assassinos, a maioria deles companheiros ou ex-companheiros das vítimas.
Numa atitude ousada de resistência, garotas vestidas de branco pintaram suas roupas de vermelho, simbolizando o sangue de meninas e mulheres derramado pelos agressores, a maioria impune.
As manifestantes clamaram pelo fim da violência e lembraram a memória da presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Guaiúba, Maria das Graças "Ciete" da Silva, assassinada pelo ex-namorado na sede da entidade. O criminoso continua foragido.