Escrito por: Confetam
Em 1983, iniciou um movimento nacional pela redemocratização do Brasil pós-golpe de 1964. Mais de três décadas depois, a bandeira Diretas Já voltará às ruas no dia 22, "esquentando" para a greve geral
Trabalhadores de todo o Brasil suspenderão as atividades, nesta quinta-feira (22), para engrossar as manifestações do Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral. A atividade está sendo definida como o "esquenta" para a greve geral contra a segunda etapa do golpe: o ataque aos diretos da classe trabalhadora e à soberania nacional.
Programadas para ocorrer nos estados, as paralisações estão sendo organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), juntamente com as demais centrais sindicais, com o apoio das CUTs estaduais, ramos e macrossetores, que se encarregaram de mobilizar as bases para a interrupção total ou parcial do trabalho.
A orientação é que todos os estados organizem plenárias de sindicatos e movimentos parceiros – como já vem sendo feito – para potencializar o “esquenta" da greve geral.
Indicativo de greve
Na segunda-feira seguinte ao Dia Nacional de Paralisação, em 26 de setembro, a Executiva Nacional Ampliada da CUT volta a se reunir para fazer o balanço da atividade do dia 22 e discutir o indicativo de data para a greve geral.
Um segundo Dia Nacional de Paralisação e Mobilização está sendo organizado para o dia 5 de outubro, quando os servidores federais realizarão o Movimento de Paralisação do Funcionalismo Público no Combate à PEC 241.
Desmonte do Estado
A ordem é mobilizar o conjunto das entidades do funcionalismo municipal, estadual e federal, trabalhadores do campo e da cidade contra o congelamento dos gastos com os serviços públicos por 20 anos.
Ao contrário do que pode parecer, o combate a PEC 241 não é uma luta específica dos servidores públicos que terão seus salários e direitos afetados diretamente. A bandeira é do conjunto da classe trabalhadora, pois a PEC significa o desmonte do Estado e das políticas sociais, afetando diretamente aqueles que precisam de serviços públicos como educação, saúde, saneamento básico e segurança.
Diretas Já!
Diante da ilegitimidade do governo de Michel Temer, alçado à Presidência da República sem um único voto popular, com o claro objetivo de depor a presidente Dilma Rousseff para impor a agenda neoliberal ao Brasil, as "Diretas Já" voltarão à ordem do dia nos atos do dia 22.
Trinta e três anos depois do início do movimento pela redemocratização do país, após o golpe civil militar de 1964, a bandeira estará novamente nas ruas como forma de defender a democracia e o Estado de Direito.
Constituinte para Reforma Política
Paralelamente à bandeira das Diretas Já, os manifestantes defenderão a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a Reforma Política. Outros três eixos de luta nortearão os atos pelos estados no dia 22: Nenhum Direito a Menos, Rumo à Greve Geral e Fora Temer.
"Conclamamos os sindicatos a organizarem paralisações nos municípios e as federações a articularem manifestações nas Capitais como preparação para a greve geral. É hora de dizermos NÃO aos ataques do governo golpista, de resistirmos à tentativa de destruição da Constituição, da CLT, da Previdência, de derrotarmos os que atentam contra os nossos direitos, e de impedir que nossas riquezas naturais sejam entregues às multinacionais", alerta a presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira.
Com informações da CUT Brasil