Escrito por: Confetam
A presidente da Confetam/CUT, Vilani Oliveira, convoca municipais de todo o Brasil a ocuparem as ruas do país, nesta sexta-feira (11), no Dia Nacional de Greve e de Paralisações
Primeiro o Congresso Nacional arrancou Dilma Rousseff da Presidência da República sem que ela tivesse cometido crime. Depois entregou a riqueza do pré-sal, que seria destinada pela Petrobrás à saúde e à educação, para as empresas internacionais. Em seguida a Câmara dos Deputados aprovou o congelamento por 20 anos dos investimentos públicos do governo. Por último, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o desconto dos dias parados de servidores grevistas para dificultar paralisações contra as maldades em série articuladas pelo presidente ilegítimo Michel Temer.
Como numa novela repleta de vilões, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário protagonizam um golpe aplicado em vários capítulos, que assistimos atônitos esperando a próxima perversidade. Com o apoio dos meios de comunicação, principalmente da Rede Globo, aqueles que se acham "donos" do Brasil não têm vergonha de rasgar a Constituição para atuar como um Robin Hood às avessas: roubar dos pobres para dar aos ricos.
O grande problema é que esse roteiro - que não aparece na televisão, nos jornais, no rádio, nem nas revistas -, não é uma obra de ficção. É uma dura realidade não abordada nos programas jornalísticos tradicionais. Pelo contrário. A versão apresentada pela mídia é de um governo que recebeu um país "quebrado" e agora está "consertando" os "erros" de Dilma e Lula.
Golpe disfarçado de impeachment
A bandeira do "combate a corrupção" não passa de uma cortina de fumaça para esconder os inúmeros acertos dos dois presidentes, entre eles a retirada de 54 milhões de brasileiros da miséria nos últimos 12 anos (2003/2015), o que significou a saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse sim é um dos motivos da perseguição a Lula, com o objetivo de afastá-lo da disputa pela Presidência nas eleições de 2018, e uma das razões do golpe disfarçado de impeachment.
Com Dilma no governo, seria impossível as elites do dinheiro fazerem o que planejam, ou seja, promover o tal do "ajuste fiscal", que nada mais é do que retirar recursos das escolas e hospitais públicos, que já sofrem com a falta de investimentos, para entregar de bandeja aos donos de bancos nacionais e internacionais como pagamento dos juros da dívida pública, que só em 2014 somaram R$ 978 bilhões, quase a metade de toda a arrecadação do país.
Na ponta do lápis, os juros da dívida equivalem a 45,1% do total de receitas do país, enquanto a saúde fica com apenas 4% e a educação 3,7% da arrecação. É como se uma família pobre cortasse os gastos com alimentação básica para pagar a prestação de um carro de luxo.
Brasil de volta à escravidão
Sem falar nos cortes em outras áreas, que causarão desemprego em massa, redução de salários, o fim da carteira assinada, a volta dos mendigos às ruas, a extinção dos concursos públicos, o agravamento da falta de serviores para atender a população, o aumento da idade e do tempo de contribuição para aposentadoria. Isso significa que, depois de passarmos a vida inteira contribuindo para a Previdência, podemos morrer antes de nos aposentar. Não exagera, portanto, quem diz que voltaremos ao tempo da escravidão.
Por isso, o povo brasileiro precisa reagir enquanto ainda há tempo, pois se deixarmos para depois pode ser tarde demais. E a reação tem data marcada: 11 de novembro, dia em que a classe trabalhadora cruzará os braços numa grande greve geral para paralisar o Brasil e barrar os retrocessos de Temer.
Greve geral
"Somos sete milhões de servidores municipais, uma força política estrondosa. Juntos com outras categorias, podemos reverter os ataques aos direitos dos trabalhadores. Mas para isso, precisamos sair do papel de meros expectadores de uma novela que já sabemos como terminará. Vamos mudar o fim desta história, vamos ocupar às ruas, vamos parar o Brasil para barrar o golpe contra o futuro do Brasil e o povo brasileiro", convoca a presidente da Confetam/CUT, Vilani Oliveira.