Escrito por: Pricila Baade
Para dar visibilidade sobre a importância de priorizar as pautas que promovam a igualdade de oportunidades na vida e no trabalho, a programação da tarde desta quinta-feira (25) da 1ª Plenária Nacional da Confetam/Conatram abordou o tema em seminário.
A mesa contou com as reflexões do secretário de Igualdade Racial e Combate ao Racismo do SINTE-SC, professor Márcio de Souza; de Juneia Batista, dirigente do Sindsep e ex-secretária das Mulheres da CUT Nacional; e da vereadora de Florianópolis, Carla Ayres.
Márcio de Souza alertou para a urgência do movimento sindical dar mais espaço e prioridade para as questões raciais dentro das entidades. “Se 56% da população brasileira é negra e quase a totalidade dessa população é de trabalhadores, a Confetam e o conjunto de sindicatos dos servidores municipais precisam dar mais prioridades para as questões raciais. É preciso ações concretas, não apenas debates”,
Juneia Batista falou sobre as pautas das mulheres no mundo do trabalho, como o trabalho do cuidado e as ratificações das convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que tratam da igualdade de oportunidades, como as convenções 100 e 111. “Precisamos falar sobre a urgência em implementar uma política de trabalho do cuidado. O trabalho que as mulheres fazem de cuidar da casa, da roupa, dos filhos não é um ato amor, é trabalho não pago. Um deputado aqui de Santa Catarina, chamada Luci Choinacki, nos anos 90 durante seus mandatos já lutava pelo salário para as donas de casa, e essa continua sendo uma luta nossa até hoje”.
A vereadora de Florianópolis do Partido dos Trabalhadores (PT-SC), Carla Ayres, trouxe para o debate a necessidade de incluir os direitos para a população LGBTQIA+ nas negociações coletivas “Vou dar alguns exemplos de direitos que precisam ser incluídos nas negociações coletivas. A adoção para casais LGBTQIA+ já é garantida, mas é preciso lutar pelas licenças maternidades e paternidades estendidas e garantidas para essas famílias nos acordos coletivos. Todas as questões de extensão de direitos para cônjuges precisam ser equiparadas nas famílias homoafetivas também. Já existem determinações do STF, mas o código civil não está alterado, porque eu reforço aqui: a população LGBTQIA+ não tem nenhum marco regulatório, nenhuma lei que garanta nossos direitos”.
As atividades desta quinta-feira (25) da plenária encerram com atividades autogestionadas que debaterão quatro importantes temas: o fim da violência política de gênero: direitos humanos para todas as mulheres; a comunidade LGBT+, a diversidade e os desafios da invisibilidade institucional; o Racismo Estrutural e os Impactos nas Desigualdades Sociais; e juventude.
A Plenária encerra nesta sexta-feira (26) com apresentação do balanço político e organizativo da gestão no último período de atividades; Prestação de Contas e previsão orçamentária e aprovação do Plano de Lutas. À tarde, a partir das 14h, será lançada a Plataforma das Eleições Municipais 2024. Às 16:30, moções e encaminhamentos, e, às 18h, está previsto o encerramento do evento.