Índice de sindicalização determinará a sobrevivência dos sindicatos
O alerta foi feito pelo secretário nacional de Organização da CUT, Ari Aloraldo, durante reunião da direção nacional da Confetam
Publicado: 17 Outubro, 2017 - 11h49
Escrito por: Déborah Lima
No segundo dia da reunião da direção nacional da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), realizada em Brasília, o secretário nacional de Organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ari Aloraldo, apresentou o panorama nacional da organização do Ramo dos Municipais.
Com um percentual de 31% de sindicalização dos servidores públicos municipais, hoje o Ramo reúne 853 sindicatos, organizados em 17 federações estaduais. Dos mais de 1,4 milhão de trabalhadores na base, 453.724 estão associados aos sindicatos da categoria. "Vocês são muito grandes. Não é qualquer entidade que tem esse número de sindicatos", elogiou Ari Aloraldo.
Ramo da CUT que mais mobiliza
A presidente da Confetam/CUT, Vilani Oliveira, destacou que, entre os 18 Ramos da CUT, o dos Municipais é o que mais mobiliza os trabalhadores em torno das bandeiras da Central nos municípios brasileiros. "Estamos nas ruas coletando assinaturas para a Campanha Nacional da CUT pela Anulação da Reforma Trabalhista e encaminhando junto aos trabalhadores todas as bandeiras na nossa Central", exemplificou.
Para aumentar ainda mais a atuação dos municipais cutistas, o secretário de Organização da CUT apontou como caminho a organização dos sindicatos por região. "Precisamos ter uma estratégia regionalizada", defendeu. O crescimento do Ramo, no entanto, enfrentará um novo desafio. Pela primeira vez na história, as entidades não contarão com recursos do imposto sindical obrigatório, extinto com a provação da Reforma Trabalhista. "Se não tiver imposto sindical como as entidades de primeiro grau vão se sustentar?", questionou Ari Aloraldo.
Sindicalizar para sobreviver
A temática da sustentação das entidades sindicais é pauta prioritária da executiva nacional da CUT. Nesta quarta-feira (18), a direção se reúne em São Paulo para tentar encontrar alternativas de financiamento nesse novo cenário de perda considerável de receitas. Contrária à compulsoriedade, a entidade defende a substituição do imposto sindical por uma contribuição negocial voluntária.
Enquanto a solução para o problema é discutida, a primeira orientação é investir pesado em campanhas de sindicalização para aumentar o número de sócios e, consequentemente, a arrecadação sindical. "A sustentação financeira passa obrigatoriamente pelo índice de sindicalização", enfatizou o diretor da CUT.
"Com 69% de servidores municipais não sindicalizados, o dever de casa dos dirigentes dos municipais é intensificar a filiação. Somente dessa forma, nossas entidades preservarão sua autonomia financeira e política", resumiu Vilani Oliveira. Iniciada nesta segunda-feira (16), a reunião da direção nacional da Confetam prossegue até às 17 horas desta quarta-feira (18), no Hotel Nacional.