Escrito por: Alison Marques

Mesa destaca desafios da educação pública e da ação sindical no Brasil

A mesa reforçou o compromisso da Confetam com a defesa da educação pública, da democracia e da valorização de todos os profissionais que constroem a escola pública brasileira.

Priscila Cardoso

A manhã deste sábado, 12, no 1º Encontro Nacional de Educação da Confetam/CUT foi marcada por um rico debate sobre o Panorama da Educação no Brasil e os desafios para a ação sindical. Com a presença de parlamentares e representante do Ministério da Educação, a mesa abordou os impactos das políticas de privatização, a necessidade de valorização dos profissionais da educação e a urgência de fortalecer a atuação sindical frente aos ataques aos direitos sociais.

O deputado federal Vicentinho (PT-SP) reforçou a importância de fortalecer a consciência crítica dos educadores e da população, resgatando o legado de Paulo Freire. “Vale a pena contar as nossas histórias, estimular a pedagogia da autonomia e do oprimido. Educação é a grande arma de transformação. A verdadeira educação é defender a consciência da nossa gente. O que a Confetam está fazendo aqui é um exemplo para o movimento sindical brasileiro e uma prática concreta do sindicato social. É fundamental para defender a educação, combater a PEC 32 e fortalecer a classe trabalhadora”, frisou.

A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), primeira professora da rede municipal de São Paulo eleita para a Câmara Federal, trouxe um alerta sobre a precarização e a privatização em curso na educação pública, especialmente na educação infantil. “Temos mais de 3 mil creches terceirizadas em São Paulo, contra apenas 300 da rede direta. São profissionais com direitos violados, sem gestão democrática. Os ataques são brutais. Além da PEC 32, enfrentamos agora a PEC 66, que tenta dar um calote nos precatórios, e a Emenda 5, que aprofunda a reforma da Previdência. Quem mais perde são as mulheres”, destacou.

Selma Rocha, diretora do Ministério da Educação (MEC), falou sobre a importância dos planos decenais de educação e da participação ativa das comunidades escolares nesse processo. “A elaboração dos planos é um momento decisivo para o compromisso com uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa. Isso exige diagnóstico robusto, metas consistentes e valorização dos profissionais da educação. Não há como desenvolver a educação sem professores valorizados, com liberdade e vínculo com a comunidade”, disse.

Encerrando a mesa, a presidenta da Confetam, Jucélia Vargas, destacou a importância estratégica do encontro e da mobilização sindical no atual cenário político. “Estamos vendo os impactos da privatização e dos ataques aos nossos direitos. Essa mesa mostrou que não há como falar de educação sem falar de política. O que está em jogo é o futuro da escola pública. Precisamos ocupar os espaços, construir alianças e fazer com que a voz da base seja ouvida no Conselho Nacional de Educação e em todos os espaços de decisão”, comentou.

A mesa reforçou o compromisso da Confetam com a defesa da educação pública, da democracia e da valorização de todos os profissionais que constroem a escola pública brasileira.