Escrito por: Déborah Lima
Por todo o país, trabalhadores das prefeituras fizeram corpo a corpo com a população para denunciar prejuízos causados ao povo brasileiro pelo desgoverno Temer.
O Dia Nacional do Basta, convocado pelas centrais sindicais e frentes populares para 10 de agosto, levou às ruas e ao debate servidores públicos municipais de todo Brasil. Paralisações e manifestações ocorreram em diversas cidades do Interior e nas principais Capitais. Trabalhadores municipais de pelo menos nove estados - Amapá, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo - participaram das mobilizações contra o desemprego, o preço do gás de cozinha e dos combustíveis, a retirada de direitos, as privatizações e a perseguição ao ex-presidente Lula.
De Norte a Sul do país, eles também apresentaram à sociedade as demandas específicas da categoria em cada município, protestaram contra a intransigência de prefeitos e promoveram discussões sobre a necessidade de a classe trabalhadora dar um "basta!" ao retrocesso civilizatório imposto pelo desgoverno do presidente ilegítimo Michel Temer.
Conversa com a população
Em Santa Catarina, a secretária de Finanças em exercício da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Jucélia Vargas, chegou cedo ao terminal de ônibus Central, em Criciúma, para conversar com passageiros, motoristas, cobradores e comerciantes sobre o Dia do Basta.
"Povo brasileiro, vamos acordar! Vamos prestar atenção no objetivo que tem essa elite brasileira que quer tirar do povo o sonho da aposentadoria, a possibilidade de estar na universidade, de comer melhor. O Dia do Basta é para que o povo acorde!", afirmou Jucélia, presidenta do Sindicato dos Servidores Municipais de Criciúma (Siserp).
Em Chapecó, foram fixadas faixas em várias sinaleiras do município e distribuídos materiais explicativos à população. Na Praça Central, o diretor da Confetam/CUT e presidente da Federação dos Servidores Municipais de Santa Catarina (Fetram/SC), Lizeu Mazzioni, esclareceu aos transeuntes a importância do Dia do Basta.
"Estamos aqui dizendo um basta a essas políticas neoliberais do governo golpista de Temer, que tem piorado a vida do povo brasileiro. Mais de 70% da população brasileira diz hoje que sua vida piorou a partir do impeachment, a partir do governo Temer, a partir das reformas que a maioria dos deputados e senadores votou. Então, hoje basta a tudo isso! É a luta dos trabalhadores que vai mudar o país", disse Lizeu.
Em Florianópolis, os servidores municipais participaram do Ato Unificado, na UDESC, onde a categoria defendeu o serviço público de qualidade e deu um "basta!" à retirada de direitos. Eles também colheram assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) contra as Organizações Sociais e realizaram panfletagem nos bairros para promover discussões sobre a privatização da Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) e o "tarifaço" da prefeitura.
Basta de retrocesso e conservadorismo!
No Ceará, o ato principal do Dia do Basta foi realizado na Praça da Bandeira, na Capital Fortaleza, onde representações dos municipais de Caucaia, Maracanaú, Aquiraz, Jaguaribe, Iguatu, Barreira, Acarape, Mulungu e Icó se uniram aos demais manifestantes.
Secretária da Mulher Trabalhadora da Confetam/CUT, Ozaneide de Paulo representou a entidade no ato. "A saúde e a educação estão comprometidas com as reformas do governo neoliberal, um governo conservador que criminaliza o movimento de mulheres, a juventude, os trabalhadores e as trabalhadoras. Então, a hora é de unidade. Por isso que estamos hoje em todo o país dando um basta a todo o retrocesso e conservadorismo que estamos vivendo", enfatizou.
No Interior cearense, foram realizados atividades em Itapipoca, Tarrafas e Quixadá. No Vale do Jaguaribe, municipais de Tabuleiro do Norte e de cidades vizinhas percorreram as ruas de Limoeiro do Norte. No Cariri, o secretário-geral em exercício da Confetam/CUT, Oldack César, uniu-se aos servidores municipais do Crato, Jardim, Barbalha e Região nas manifestações de Juazeiro do Norte.
Basta de reforma da Previdência!
Em São Paulo, os municipais iniciaram a agenda do Dia do Basta com atos no Hospital Tatuapé, na Secretaria Municipal de Saúde e na Prefeitura da Capital. Líderes da categoria "visitaram" o gabinete do prefeito Bruno Covas (PSDB) para avisar que não aceitarão nenhuma redução de direitos, tampouco projeto de reforma da Previdência do município que prejudique os trabalhadores. A diretora da Confetam/CUT, Zelita Ramos, participou do ato em São José dos Campos e levou as pautas da categoria para as ruas.
No Rio Grande do Norte, a secretária de Relações Internacionais em exercício da Confetam/CUT, Socorro Freitas, reforçou passeata do Centro da cidade até a Praça do Mercado Central de Mossoró. Em Carnaubais, os servidores municipais promoveram debate na sede do sindicato e denunciaram os políticos do estado que votaram a favor da reforma trabalhista.
A categoria também realizou rodas de conversa, debates sobre conjuntura e diversas atividades nos municípios de São João do Sabugi, Equador, São Francisco do Oeste, Upanema, Luis Gomes, São Miguel, Água Nova, Ruy Barbosa, Alto do Rodrigues e Afonso Bezerra. Na Capital Natal, servidores municipais de Lajes, Fernando Pedrosa e Macaíba marcaram presença no ato do Dia do Basta.
Diálogo é o caminho
Na Região do Curimataú e Seridó Paraibano, a secretária de Comunicação e Imprensa da Confetam/CUT, Cícera Bastista, representou o Ramo dos Municipais em audiência pública na Câmara Municipal de Picuí e na roda de diálogo sobre a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no município de Nova Floresta.
Na Bahia, a Federação dos Trabalhadores Públicos Municipais do Estado (Fetrameb) convocou a categoria para manifestação no Mercado Modelo. Em greve, os servidores municipais de Salvador compareceram erguendo cartazes com críticas à gestão do prefeito ACM Neto.
No Amapá, os servidores públicos da Capital Macapá engrossaram o ato do Dia do Basta, na Praça da Bandeira. No Paraná, representantes da categoria participaram do protesto em Guarapuava. Em Minas Gerais, trabalhadores da prefeitura de Timóteo fizeram panfletagem no Centro da cidade para conversar com a população sobre os 20 anos de congelamento de gastos públicos empurrado goela abaixo pela Emenda Constitucional 95.
Lula presidente!
Em todos os protestos, os manifestantes defenderam o direito do ex-presidente Lula ser candidato às eleições de 7 de outubro. Eles denunciaram que Lula foi preso, sem comprovação de crime, para ficar impossibilitado de concorrer às eleições presidenciais, na qual desponta como líder absoluto das pesquisas de intenção de voto.