Escrito por: Confetam
Desde as grandes Capitais até os mais distantes rincões do país, os municipais aderiram às mobilizações de 22 de setembro. Categoria se organiza agora para nova paralisação nacional contra a PEC 241
No Dia Nacional de Paralisação e de Mobilização, promovido nesta quinta-feira (22) em todo o Brasil pelas principais centrais sindicais do país, com o apoio dos movimentos sociais e populares, os servidores públicos municipais ocuparam as ruas das principais Capitais dos estados e de diversas cidades brasileiras para dar um recado ao presidente ilegítimo Michel Temer e ao Congresso Nacional golpista: "vamos parar o Brasil para parar as reformas"!
A frase da secretária nacional de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Graça Costa, resume o sentimento da classe trabalhadora organizada, que promete resistir a quaisquer retrocessos impostos pelos Poderes Executivo e Legislativo. "Se preciso for, vamos reagir aos ataques com uma grande greve geral que vai parar o país", avisa.
Representante do Ramo dos Municipais, Graça Gosta chama atenção para o poder de fogo da categoria, espalhada por cada um dos 5.570 municípios brasileiros. "Somos cerca de mil sindicatos de servidores municipais filiados à CUT", lembra a dirigente nacional, apontando o potencial de paralisação nacional dos municipais no caso de uma greve geral.
A força dos municipais
"No último dia 22, demos uma demonstração de força. Cruzamos os braços em todas as Regiões - de Norte a Sul do país -, provando que estamos prontos para parar o Brasil parar barrar as propostas legislativas que ameaçam a Nação e o povo brasileiro, como a PEC 241, o PL 257; a destruição da CLT, da Constituição de 1988 e da Previdência Social; as reformas trabalhista e previdenciária, e todo o pacote de maldades contra a classe trabalhadora que avança na pauta do Congresso Nacional", avisa a presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira.
A presidente da Confetam lembra que os servidores públicos municipais somam 7 milhões de trabalhadores presentes em todas as prefeituras, tanto de grandes Capitais quanto no Interior, dos quais 2 milhões estão organizados na base da entidade cutista. "É uma quantidade expressiva de trabalhadores e uma capilaridade social capaz de mobilizar até mesmo os grandes rincões do Brasil", assinala Vilani Oliveira.
Segundo "esquenta"
Um exemplo da potencialidade do Ramo foi dado no último dia 22 - data do "esquenta" para a greve geral -, quando foram registradas atividades dos servidores municipais em diversas cidades da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, entre outros estados.
Um segundo "esquenta" para a greve geral em defesa dos direitos trabalhistas, sociais e previdenciários do povo brasiliero está marcado para dia 5 de outubro, Dia Nacional de Paralisação do Funcionalismo Público. Na data, servidores municipais, estaduais e federais, mais uma vez, unirão forças contra a aprovação da PEC 241.
PEC 241 em votação dia 7
O relatório da matéria, que estabelece um teto de gastos para o serviço público, está sendo finalizado pelo deputado federal Darcísio Perondi (PMDB/RS) e, segundo o relator, deverá ser votado na comissão especial que analisa o projeto na Câmara dos Deputados até o dia 7 de outubro.
"Após o recesso branco das eleições municipais de 2 de outubro, as votações da 'pauta bomba' no Congresso Nacional serão retomadas a partir do dia seguinte. Portanto, a mobilização da classe trabalhadora na semana de 3 a 7 de outubro será decisiva para o futuro do nosso país", alerta Vilani Oliveira.
Reunião de avaliação
Na próxima segunda-feira (26), a presidente da Confetam participará da reunião ampliada da Executiva Nacional da CUT, em São Paulo, para avaliar as atividades do dia 22 de setembro e preparar os atos de 5 de outubro. Na pauta do Dia Nacional de Paralisação do Funcionalismo estarão a defesa dos servidores e do serviço público, NÃO ao congelamento de gastos, NÃO ao desmonte do Estado, e a defesa intransigente das políticas sociais, como saúde, educação, assistência social e segurança pública.