Escrito por: Redação CUT
Haddad pediu a CNBB que alerte os católicos sobre a propagação de notícias falsas, como o falso kit gay que Bolsonaro diz que o petista distribuiu.
O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, se reuniu nesta quinta-feira (11) com a cúpula da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
Na audiência com o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, Haddad pediu para a igreja fazer uma recomendação aos eleitores católicos para que tomem cuidado com a propagação de notícias falsas, como a espalhada pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e seus eleitores de que o petista teria distribuído material impróprio para crianças, o chamado kit gay.
“Jamais houve distribuição de material impróprio para crianças. Isso seria um desrespeito com professoras e diretoras”.
"Imagina se uma professora vai receber um material impróprio para crianças de seis anos e vai distribuir sem questionar. Isso é impossível de acontecer"
- Fernando Haddad
Durante a reunião, os bispos pediram que o petista prestasse atenção a cinco pontos considerados essenciais pela igreja: combate à cultura da violência, defesa da democracia, fortalecimento dos órgãos de combate à corrupção, proteção ao meio ambiente e a preservação da vida, contra a legalização do aborto. Haddad se comprometeu com os pontos.
Haddad disse que todos os pontos estão contemplados em seu programa de governo e, ao saber que as preocupações da igreja são essas, resolveu reforçá-los.
Em nota, dom Leonardo afirmou que é comum a conversa com candidatos em período eleitoral e que a entidade não tem partido político. “O candidato não veio pedir apoio e a CNBB não tem partido e nem candidato”, disse.
“O candidato expôs suas propostas de governo e sua preocupação com o Brasil. Da minha parte, abordei com o candidato assuntos que preocupam os bispos do Brasil.”
Depois da reunião, na entrevista para a imprensa, Haddad criticou de maneira contundente a postura do seu adversário que está mudando de posição sobre retirada de direitos sociais e trabalhistas para conseguir votos.
Segundo o petista, Bolsonaro sempre atacou de maneira agressiva o Bolsa Família e, nesta quarta-feira (10), aparentemente, mudou radicalmente de posição.
"Se tem alguém que criticou o Bolsa Família e, de certa maneira, humilhou os seus beneficiários, ao longo dos últimos 10 anos, foi o meu adversário. Não é fake news, basta ver na internet as frases que ele pronuncia sobre nordestinos que recebem o Bolsa Família".
“Votou contra a pessoa com deficiência, votou contra o trabalhador na reforma trabalhista, votou contra o cidadão no teto de gastos. Sempre vota contra o trabalhador. Nunca aprovou nada relevante em 28 anos de mandato”, disse Haddad.
“Agora quer dar um cavalo de pau e dizer que defende os pobres?", questionou o candidato.
Participaram da reunião um dos coordenadores da campanha petista, Gilberto Carvalho, e o governador do Piauí reeleito no primeiro turno, Wellington Dias (PT).