Escrito por: Érica Aragão/CUT Brasil
Confederação dos Servidores Públicos Municipais da CUT convocou sua base de 1,4 milhão de trabalhadores para a mobilização em defesa da educação e contra a reforma da previdência de Bolsonaro.
Mais de um milhão de trabalhadores e trabalhadoras ligados aos 842 sindicatos municipais e regionais filiados à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam) vão reforçar nas ruas, no próximo dia 30 de maio, que o povo é contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e os cortes de verbas na educação.
Os servidores municipais de todo o país irão se juntar aos estudantes na organização da mobilização nacional contra o governo de Bolsonaro. O dia 30 de maio será o segundo “esquenta” antes da greve geral da classe trabalhadora, convocada pela CUT e demais centrais sindicais para o dia 14 de junho.
Vilani no ato contra reforma dia 22/02/2019
“O corte de verbas na educação foi o estopim para a população ir às ruas no dia 15 de maio, mas não podemos esquecer que a reforma da Previdência é tão nefasta quanto o descaso com a educação. Por isso, estaremos nas ruas dia 30 e faremos uma grande greve no dia 14”, diz a presidenta da Confetam/CUT, Vilani Oliveira, que também é professora da rede pública municipal de Maracanaú, no Ceará.
A Proposta de Emenda à Constituição 006/2019, da reforma da Previdência, acaba com o direito à aposentadoria por tempo de contribuição, institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, além de aumentar o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e alterar as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores.
Importante é participar
A Confetam/CUT convocou professores, trabalhadores, estudantes e pais de alunos da rede pública municipal de ensino do país a repetirem a mobilização do dia 15 de maio.
“Nós precisamos repetir essa dose agora, de forma ainda mais bonita e mobilizada, sensibilizando aqueles que não participaram em um primeiro momento”, avalia Vilani.
"Nas cidades em que não der para ir ao ato estadual, vamos fazer atos nos próprios municípios, porque é preciso intensificar a luta contra o desmonte do Estado e dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários" - Vilani Oliveira
E para ajudar a mobilizar a sociedade e dialogar com a população sobre os impactos das medidas adotadas pelo governo de Bolsonaro, os servidores municipais estão nas ruas colhendo assinaturas para o abaixo-assinado da CUT e demais centrais contra a reforma da Previdência. Somente em Chapecó, os municipais coletaram 11.549 assinaturas, ultrapassando a meta estabelecida de 10 mil subscrições.
Mobilização estudantil
A União Nacional dos Estudantes (UNE), uma das organizadoras do dia 30 de maio em todo país, também já está nas ruas para mobilizar os estudantes, com assembleias e diálogo com a sociedade para construir uma grande mobilização, assim como foi o dia 15 de maio, que envolveu milhares de pessoas no Brasil.
A UNE também está em todos os estados do país com a “aula na rua”, iniciativa dos estudantes e entidades estudantis para levar a produção acadêmica de dentro das universidades para as ruas.
Aula na rua na Paulista
“O objetivo é dialogar com a população sobre a importância da universidade para toda sociedade”, explica a coordenadora do circuito universitário de cultura e arte da UNE, Camila Ribeiro.
“A gente está com a aula na rua em várias cidades e capitais do Brasil, como São Paulo, Belém, Uberlândia, Campinas e Ouro Preto, mostrando para a população que as pesquisas feitas nas instituições e universidades federais servem para melhorar a vida do povo e do país. E vários pesquisadores renomados e reconhecidos mundialmente se somaram a luta”.
Outras assembleias vão acontecer nas próximas semanas em Mato grosso e Belém. Em Pernambuco, as universidades vão parar na próxima sexta-feira (24) e os estudantes vão andar pelas ruas e divulgar o dia 30.
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