Escrito por: Lizeu Mazzioni*
Comemorado neste domingo, 28, data do segundo turno das eleições presidenciais, Dia do Servidor será celebrado pelos trabalhadores nas urnas.
Neste domingo, 28 de outubro, Dia do Servidor Público, nós, brasileiros e brasileiras, servidores e servidoras públicas municipais de todo o Brasil, vamos escolher o próximo presidente da República. No primeiro turno, a maioria do povo escolheu duas chapas para disputar o segundo turno: Fernando Haddad/Manuela D’Ávila (13) e Jair Bolsonaro/Hamilton Mourão (17).
O fato concreto é esse: domingo, pelo voto popular, Haddad ou Bolsonaro – um dos dois, será escolhido presidente do Brasil para os próximos 4 anos. Os dois são políticos. Bolsonaro tem 28 anos de deputado federal e Haddad foi ministro da Educação de 2005/2012 e prefeito de São Paulo 2012/2016.
Os dois respondem processos judiciais; Haddad não tem nenhuma condenação judicial e Bolsonaro tem algumas em primeira instância, o que não inviabiliza sua candidatura porque a lei da ficha limpa só impede a candidatura de condenados em segunda instância.
Os dois estão aptos à eleição, diplomação e posse em caso de vitória nas urnas. Então, precisamos imaginar o Brasil e a nossa vida, no governo de um ou do outro. Primeiro vamos imaginar o Brasil e nossa vida com Bolsonaro presidente:
Bolsonaro é casado, no terceiro casamento, tem 4 filhos e uma filha. Bolsonaro foi batizado numa igreja evangélica em 2016 quando já era pré-candidato a presidente.
A vida pessoal do candidato também é importante, mas é a trajetória profissional e política que deve ser analisada com a lupa do eleitor/a.
Bolsonaro é militar da reserva (aposentado com pouco mais de 30 anos), tem 28 anos de Deputado Federal, mas nunca apresentou algo de destaque na política, a não ser falar e defender coisas tenebrosas como a ditadura militar, a tortura, o machismo, o racismo e a homofobia.
Bolsonaro acredita na superioridade dos homens brancos sobre as mulheres, os negros, os índios e os homossexuais. Procura manipular a boa fé do povo com informações falsas ou manipuladas sobre os valores morais, a fé e as religiões.
Bolsonaro apoiou o impeachment, o governo e as reformas de Temer como a entrega do petróleo para as multinacionais, a reforma trabalhista e previdenciária e o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos (EC 95).
Bolsonaro diz que combate a corrupção, mas sempre teve financiamento privado de campanha e sempre ganhou o Auxílio Moradia, mesmo tendo casa própria em Brasília.
Nessa campanha, Bolsonaro está sendo investigado pelo TSE por uso de dinheiro de Caixa 2 (ilegal) para divulgar notícias falsas (fake news) contra o Haddad e a Manuela nas redes sociais, principalmente no whatsapp.
Bolsonaro relativiza a democracia e demonstra grande apreço à ditadura e a força militar como meio de sustentação do governo. Também não vê problema em perseguir adversários, controlar a imprensa e ameaçar o Judiciário (“nem precisa de jipe, basta um soldado para prender ministro do STF”). Simpatiza com a ditadura e a tortura. É um risco à democracia.
Se Bolsonaro for eleito, as consequências para a vida econômica das pessoas e das famílias serão desastrosas:
1. Bolsonaro promete manter e aprofundar a política econômica de Temer e privatizar todas as estatais (Banco do Brasil, Caixa, Petrobrás, Eletrobrás, Correios...) e avançar na entrega das riquezas naturais às multinacionais. Com isso teremos mais aumentos nos preços do gás, da gasolina, do diesel, da energia elétrica, da água, do esgoto e do transporte; sem estatais o Brasil perderá soberania e a capacidade de governar nossa economia.
2. Para Bolsonaro, “os trabalhadores terão que escolher entre emprego ou direitos”; isto quer dizer que vai piorar ainda mais a vida dos trabalhadores/as; apoiou a reforma trabalhista do Temer e quer criar a “carteira de trabalho verde e amarela” com menos direitos. Mourão (seu vice) defendeu o fim do 13° salário, do adicional de férias e da estabilidade dos servidores públicos concursados. Isso tudo coloca em risco também o próprio Salário Mínimo, o Piso Nacional do Magistério e o Piso das Agentes Comunitárias de Saúde.
3.O eventual ministro da Fazenda do Bolsonaro apoia a reforma da Previdência de Temer e a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria.
4. Bolsonaro vai manter a Emenda Constitucional 95 e o congelamento das despesas públicas para os próximos 20 anos, isso significa mais precariedade nas políticas públicas de saúde, educação, ciência e tecnologia, agricultura familiar, habitação, segurança pública, assistência social, cultura, esportes, etc.
5. Com essa política econômica e social do Temer que o Bolsonaro vai manter, os trabalhadores sofrerão as consequências: baixo crescimento econômico, desemprego alto, massificação da terceirização e do trabalho precário, redução dos direitos trabalhistas, salários baixos e aumento da pobreza e da miséria.
6. Bolsonaro vai liberar a venda de armas e a licença para a Polícia matar em serviço. Cada cidadão terá que comprar uma arma para fazer sua defesa, mesmo que isso vire uma guerra armada entre familiares, vizinhos, colegas, jovens e crianças; nas brigas familiares, nas escolas, nas festas, no esporte, no trânsito, em qualquer lugar, as armas estarão presentes; já imaginou as pessoas armadas e a Polícia com a licença para matar? Essa mistura produzirá uma verdadeira guerra, entre as pessoas e entre a Polícia e a população armada.
7. Bolsonaro vai reduzir a vigilância e o combate do Estado ao machismo, ao racismo e a homofobia, porque, para ele, isso é “coitadismo” e “mimimi”; não reconhece essas práticas como problemas centrais da formação e realidade da sociedade brasileira.
Enfim, a nossa vida num eventual governo Bolsonaro será de um país mais pobre, sem estatais e propriedade pública e nacional das riquezas naturais, menos soberano, mais dependente do mercado, com mais devastação do meio ambiente, com mais concentração da renda e da riqueza: teremos os ricos mais ricos, os pobres mais pobres, a classe média menor e mais achatada. Menos políticas públicas e sociais. Mais machismo, racismo, homofobia e violência. Mais opressão e menos democracia, ou, até mesmo, só opressão com a ditadura. A semiescravidão da reforma trabalhista será garantida com a força policial que impedirá as manifestações dos trabalhadores/as.
Bolsonaro? #Ele Não. Ele não dá. É você, somos nós, trabalhadores e trabalhadoras, que vamos sofrer as conseqüências desse voto e de um eventual governo Bolsonaro.
E o Haddad? Haddad é católico, mais de 30 anos casado com a Estela, tem 1 filho e 1 filha batizados na Igreja. Tem uma família tradicional e não tem nenhum preconceito com as famílias diferentes da sua. Respeita as diferentes religiões, defende a liberdade religiosa e a boa convivência. Reconhece em cada pessoa o mesmo valor e o direito de cada um governar a sua vida - na democracia, cada um governa a sua vida e o Estado cuida das políticas públicas.
Haddad é advogado e professor da USP com mestrado em economia e doutorado em filosofia; foi ministro da Educação de Lula e Dilma (2005/2012); é reconhecido como o melhor ministro da História: criou o FUNDEB, o Piso do Magistério, o PROUNI, o FIES, o ENEM, o IDEB, o SISU; mais que dobrou o número de vagas e cidades atendidas em escolas técnicas (IFs) e universidades federais (inclusive criou a UFFS). Ajudou os Estados e Municípios com o FUNDEB, o transporte escolar, centros de educação infantil, merenda escolar da agricultura familiar e outros programas. Valorizou os professores/as com o Piso Nacional do Magistério e um terço da carga horária em hora atividade.
Haddad também foi prefeito de São Paulo (2012/2016); fez uma boa gestão, recebeu prêmios internacionais, saneou as finanças da Prefeitura e manteve os serviços municipais funcionando bem, com pagamento em dia aos servidores, mesmo enfrentando as crises desses últimos anos.
Segundo a última pesquisa do IBOPE, no município de São Paulo, Haddad ganha de Bolsonaro. Os eleitores da cidade de São Paulo, que conhecem bem o Haddad, estão nos indicando que Haddad é melhor que o Bolsonaro. Que dá para confiar o voto e o governo ao Haddad.
Essa história de pior prefeito do mundo é uma das grandes mentiras (fake news) do Bolsonaro. Pelo contrário, Haddad foi reconhecido internacionalmente como um bom prefeito e é visto como gestor inovador, democrático e competente para enfrentar grandes problemas.
Haddad respeita a diversidade e acredita na igualdade entre homens e mulheres, brancos, negros e índios, sulistas e nordestinos - somos todos brasileiros/as.
Haddad pratica a democracia como princípio, meio e fim. Acredita na soberania do voto popular, na imprensa livre e plural, no Ministério Público e Judiciário imparciais e autônomos, no papel constitucional e democrático das forças policiais (civis e militares).
Haddad vai estruturar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) com responsabilidades da União, dos Estados e Municípios e fortalecer a Polícia Federal para coordenar a segurança pública no país. Haddad vai combater a violência e fortalecer a democracia e a liberdade.
Haddad vai mudar a política econômica e social de Temer e retomar uma política de crescimento e distribuição de renda como aconteceu nos governos Lula e Dilma.
Haddad vai revogar a EC 95 para acabar com o congelamento dos investimentos públicos, retomar as obras paradas e fortalecer as políticas públicas de saúde, educação, segurança, cultura, moradia, esporte, agricultura familiar, saneamento...
Haddad vai aumentar, acima da inflação, o Salário Mínimo, o Piso do Magistério e o Piso das Agentes Comunitárias de Saúde; vai aumentar em 20% o Bolsa Família.
Haddad vai isentar o imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000,00 e cobrar sobre os lucros e dividendos dos mais ricos; vai fazer a reforma tributária para reduzir o número e simplificar os impostos sobre a produção e o consumo. Vai fazer a reforma bancária para reduzir os juros e melhorar o crédito.
Haddad vai manter a estabilidade dos servidores concursados, retomar os concursos públicos e fortalecer o serviço público.
Haddad é contra a reforma da Previdência de Temer; vai manter a atual diferenciação de idades de aposentadoria que considera a realidade das mulheres e das diferentes categorias profissionais.
Haddad vai aprovar o estatuto do trabalho para revogar a reforma de Temer e reestabelecer os direitos trabalhistas; vai cumprir as metas do Plano Nacional de Educação; vai fortalecer o SUS e construir 400 policlínicas de especialidades da saúde de média e alta complexidade para acabar com as filas em consultas e exames.
Haddad não teve problemas de corrupção no Ministério da Educação. Para combater a corrupção em todo governo, além de fortalecer os procedimentos e instituições que já existem na administração pública, no Ministério Público, na Polícia e no Judiciário, Haddad vai estender a ação da Controladoria Geral da União para fiscalizar melhor a gestão das estatais e impedir a corrupção.
A política econômica e social de Haddad vai gerar crescimento e mais empregos formais (com direitos), vai aumentar os salários, a renda dos trabalhadores/as e a inclusão social.
Haddad acredita que os problemas do povo e do Brasil serão resolvidos com respeito e oportunidades para todos/as, com garantia de educação e trabalho, renda e democracia, com política democrática e eficiente de segurança pública.
A escolha é sua, é nossa. Juntos, vamos participar da política. Vamos apoiar, fiscalizar e cobrar Haddad para que faça o melhor governo da História do Brasil.
Ele está preparado, é honesto, é inteligente, é educado, é equilibrado; respeita as pessoas, as religiões, as leis, as instituições e a democracia; tem um profundo compromisso com o povo brasileiro.
Bolsonaro é um grande risco para a democracia, para o Brasil, para a paz social e para a vida do povo. Não vamos correr esse risco.
Haddad é a liderança certa para enfrentar a crise que vivemos, reconstruir uma convivência respeitosa, mudar a política econômica e social e reestabelecer a confiança no povo, nas instituições, na democracia e no Brasil.
Haddad é a liderança certa para recuperar o crescimento econômico e avançar no bem estar do povo brasileiro.
Entre Bolsonaro e Haddad não temos dúvida.
É Haddad a liderança em condições de governar o Brasil.
É com Haddad, com educação e trabalho, que vamos sair dessa crise e avançarmos para um Brasil de todos/as, para um país melhor do que tivemos no passado e temos no presente; para um Brasil com democracia, inclusão, paz e prosperidade.
Nós acreditamos. Nós confiamos. Nós votamos #Haddad13.
Juntos somos fortes!
A esperança e o amor vencerão o medo e o ódio!
* Diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT)
Fonte: programas de governos, entrevistas e falas dos candidatos e programas eleitorais.
Edição: Déborah Lima