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OIT apela para investimentos em oportunidades de trabalho para jovens

A Organização Internacional do Trabalho lançou um apelo em favor de investimentos urgentes em oportunidades para os jovens para enfrentar o crescente desafio do desemprego juvenil.

Publicado: 13 Setembro, 2012 - 00h00

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Em um discurso pronunciado na Conferência Global de Oportunidades Econômicas para a Juventude em Washington, o Diretor Executivo do setor de Emprego da OIT, José Manuel Salazar-Xirinachs, destacou a necessidade de uma forte ação coletiva depois que os últimos dados sobre desemprego mostraram que, em nível mundial, 12,6 por cento ou cerca de 75 milhões de jovens estão desempregados.
Salazar-Xirinachs disse aos delegados que estes dados não devem ser tomados como “a profecia de uma catástrofe inevitável”.
“Pelo contrário, minha mensagem é que se é certo que a recuperação foi fraca e que ainda existem nuvens no horizonte, devemos investir urgentemente em oportunidades para os jovens, porque também sabemos que as políticas e as intervenções são importantes e podem fazer uma grande diferença”.
Da população mundial, um total 1,2 bilhão de pessoas têm entre 15 e 24 anos, 90 por cento das quais vivem nos países em desenvolvimento, 55 por cento na Ásia. Na África, a idade média da população é de 19 anos.
“Essa realidade demográfica significa que, nas próximas décadas, o problema do desemprego e do subemprego na maioria dos países africanos será realmente um problema de desemprego juvenil”, acrescentou.
Salazar-Xirinachs destacou cinco áreas fundamentais para a ação, que são parte do Apelo à Ação da OIT acordado por governos, empregadores e trabalhadores na Conferência Internacional do Trabalho deste ano: educação e formação, iniciativa empresarial dos jovens, direitos laborais para os jovens e políticas macroeconômicas em favor do emprego juvenil.
Um documento da OIT publicado na semana passada sustenta que as taxas de desemprego entre os jovens se deterioraram ainda mais em nível mundial à medida que as consequências da crise da zona do euro se propaguem nas economias emergentes. A desaceleração das economias da Ásia Oriental e da América Latina e a rápida contração do comércio mundial debilitaram ainda mais os mercados laborais.
Salazar-Xirinachs assinalou que é necessário fazer mais a fim de melhorar a qualidade da educação e da formação e para vincular o mundo da educação e da formação com o mundo do trabalho através de estágios, estratégias de qualificação e um melhor acesso aos serviços de emprego.
As políticas do mercado laboral deveriam ser dirigidas aos grupos mais desfavorecidos e os jovens deveriam receber ajuda para estabelecer suas próprias empresas através de estratégias empresariais para os jovens.
No entanto, com a intenção de promover o emprego juvenil, as políticas governamentais e os empregadores não deveriam deixar de lado os direitos laborais dos trabalhadores jovens, como os salários mínimos e a proteção social, a saúde e a segurança. Um crescimento elevado e sustentável é essencial, afirmou Salazar-Xirinachs, e deve ser promovido através de políticas econômicas mais amplas, de setores agrícolas, industriais e de serviços que sejam mais dinâmicos e da aceleração da transformação produtiva.
Panorâmica do desemprego juvenil
- 75 milhões de jovens estão desempregados em nível mundial - Os jovens têm três vezes mais probabilidades que os adultos de estar desempregados
- Mais de 200 milhões de trabalhadores jovens ganham menos de 2 dólares por dia
- Pelo menos 10 por cento dos jovens não trabalha, não estuda nem recebe formação.
O apelo à ação da OIT
Em junho de 2012, a OIT adotou uma resolução que apela a uma ação imediata, renova e específica dirigida a enfrentar a crise do desemprego juvenil. A Resolução propõe um conjunto de medidas provadas e comprovadas em cinco áreas: políticas macroeconômicas, empregabilidade, políticas de mercado de trabalho, desenvolvimento da capacidade empresarial dos jovens e direitos. Destaca a necessidade de equilíbrio, coerência e complementariedade entre as medidas políticas.
Fonte: OIT - Organização Internacional do Trabalho