Escrito por: Déborah Lima
Entidades iniciam articulação de protestos por todo o Brasil e cobram das centrais sindicais a mobilização de uma greve geral para barrar o desmonte do Estado brasileiro.
“Indicamos às centrais sindicais a necessidade de discussão da realização de uma greve geral no país”. Assim termina o Plano de Ação Unitária em Defesa dos Serviços Públicos das Três Esferas, das Empresas Públicas e Estatais, do Brasil, dos Trabalhadores e Trabalhadoras, aprovado durante a Plenária Nacional em Defesa dos Serviços Públicos, realizada nesta terça-feira (26), no teatro do Sindicato dos Bancários de Brasília. O Plano indica o dia 18 de março de 2020 como uma data nacional de paralisação, mobilização, protestos e greves contra o desmonte do Estado brasileiro.
Representantes dos trabalhadores do serviço público municipal, estadual, federal e das centrais sindicais deliberaram pela articulação da aprovação pelas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais de moções dirigidas aos deputados federais e senadores contra a aprovação da Medida Provisória (MP) nº 905, as Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) nº 186, 187 e 188, a Reforma Administrativa e a privatização dos serviços públicos, das empresas públicas e das estatais.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) participou da Plenária representada pelo vice-presidente Misael Borges, pelas secretárias de LGBT, Sueli Adriano, e de Organização e Política Sindical, Eliene Braga, pelos diretores Vlamir Lima e Lizeu Mazzioni, e pela secretária-geral Jucélia Vargas, que fez a fala em nome da entidade.
A secretária nacional de Organização Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Graça Costa, a secretária de Direitos Humanos da entidade, Jandira Uehara, e o diretor executivo João Batista Gomes também representaram o Ramo dos Servidores Públicos Municipais CUTistas nas discussões.
Ao final da Plenária, os participantes aprovaram um Manifesto, se comprometeram a fazer uma ampla divulgação do documento e a convidar as entidades democráticas, sindicais, sociais e civis a subscrevê-lo em apoio ao movimento. Também foi aprovado um Plano de Ação Unitária em Defesa dos Serviços Públicos.
As centrais sindicais e as entidades representativas dos servidores públicos das três esferas de governo - prefeituras, governos estaduais e federal -, encerraram a Plenária com a realização de um ato político.
Leia a íntegra do Manifesto em Defesa dos Serviços Públicos para a População Trabalhadora, dos direitos dos trabalhadores e contra as privatizações
O governo Bolsonaro quer destruir tudo que é público, quer acabar com o SUS, entregar a Educação para empresas privadas, privatizar os Correios e tantas outras empresas estatais que devem estar à serviço de atender com qualidade a população trabalhadora.
É isso que significa seu projeto de privatizações, é isso que significa as Medidas Provisórias lançadas nas últimas semanas: retirar direitos, precarizar ainda mais as condições de trabalho e manter o desemprego, pois as empresas vão continuar a demitir para contratar pagando menos e com menos direitos.
As medidas não combatem privilégios, pois quem vai ter o salário reduzido, não são os parlamentares, a alta cúpula do Judiciário ou das Forças Armadas, mas sim os servidores que atendem a população trabalhadora.
O Sistema Único de Saúde Pública do Brasil é referência mundial. Muitos moradores de países vizinhos atravessam a fronteira para serem atendidos em nosso país porque o atendimento é gratuito. O governo ataca nossos sistemas de saúde e ensino públicos e gratuitos, retiram direitos, querem acabar com a estabilidade dos servidores públicos para transformar a educação e a saúde em mercadorias, em serviços privados pagos, para beneficiar apenas quem tem capital que pode transformar esses setores em lucrativo negócio para os seus interesses. Beneficiam famílias ricas e filhos da elite em prejuízo do nosso povo, que labuta de sol a sol em busca de trabalho para sobreviver.
O governo Bolsonaro está vendendo até a Casa da Moeda. E o mais grave: destrói o sistema de fiscalização trabalhista e previdenciária para que as empresas possam ampliar a exploração e impor condições desumanas aos trabalhadores.
Enfraquece os órgãos de fiscalização, promovendo desastres, como os incêndios na Amazônia, a poluição das praias, rios, reservas marinhas por óleo cru no Nordeste, além do uso desenfreado de agrotóxicos, já não sabemos se o que comemos e o que bebemos está adequado ao consumo por conta da irresponsabilidade do governo com a saúde e a vida. Esses são apenas alguns exemplos do intenso processo de destruição promovido pelo desmonte e esvaziamento dos órgãos públicos.
A população precisa de mais saúde, mais educação, mais médicos, um país sem investimentos em educação, ciência, pesquisa e desenvolvimento é um país sem futuro, que condenará os trabalhadores e seus filhos a uma sobrevivência desumana em ambientes violentos, sem nenhuma perspectiva.
A proposta de Bolsonaro de acabar com a estabilidade do servidor público e reduzir salários nada tem a ver com a melhoria dos serviços prestados. Querem acabar com os direitos e os concursos públicos para entregar esses serviços para empresas privadas e ao invés do concurso público, o que vai prevalecer é a indicação para cargos feita por vereadores, deputados e senadores.
Lutar contra as privatizações dos Correios, Eletrobrás, Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, CODESA, CODESP, institutos de pesquisas como INPE, EMBRAPA, IBGE e tantos outros, além de ser uma luta contra mais demissões e retirada de direitos, é luta para garantir que os serviços públicos sejam voltados para atender as necessidades da população.
Um país rico em recursos naturais, precisa ter empresas estatais e públicas fortes e serviços públicos municipais, estaduais e federais de qualidade, prestados gratuitamente para o povo. Ao invés de retirar direitos e recursos financeiros, é preciso investir nos serviços públicos de qualidade.
POR EMPREGO, DIREITOS E MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO, VAMOS À LUTA:
CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES E OS PACOTES DO GOVERNO BOLSONARO QUE QUEREM ACABAR COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS E REDUZIR SALÁRIOS E DIREITOS DE QUEM ATENDE A POPULAÇÃO
PELA REJEIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA 905 DO GOVERNO QUE SIGNIFCA O EXTERMINIO DE DIREITOS E O AUMENTO DA MISÉRIA DA CLASSE TRABALHADORA
BASTA DE ATAQUES ÀS ORGANIZAÇÕES DOS TRABALHADORES; EM DEFESA DAS LIBERDADES DEMOCRATICAS; CONTRA OS PLANOS ULTRALIBERAIS DO GOVERNO DE BOLSONARO E GUEDES
Conheça o Plano de Ação Unitária em Defesa dos Serviços Públicos das Três Esferas, das Empresas Públicas e Estatais, do Brasil, dos Trabalhadores e Trabalhadoras