Prefeito de Florianópolis não cumpre acordo e trabalhadores entram em greve
Com equipes reduzidas e falta de equipamentos, os trabalhadores da limpeza decidem parar atividades em Florianópolis. A sobrecarga de trabalho tem gerado altos índices de acidentes, 39 só em 2018.
Publicado: 04 Setembro, 2018 - 17h27
Escrito por: Redação CUT
Trabalhadores e trabalhadoras que fazem a coleta de lixo e limpeza urbana de Florianópolis iniciaram greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (3). Com o descumprimento do acordo coletivo, falta de materiais, uniformes, frota de caminhões, peças de reposição, não publicação de concurso público, os trabalhadores da Comcap, autarquia responsável pela limpeza pública da cidade, decidiram cruzar os braços até que o prefeito Gean Loureiro (MDB) cumpra o acordo e dê condições de trabalho para a categoria.
"Em negociação desde maio deste ano, a administração da Comcap arrastou o problema e a única alternativa que restou aos trabalhadores foi a suspensão total dos serviços até que a prefeitura cumpra os acordos feitos em negociações anteriores", diz trecho do documento publicado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem).
Entre as reivindicações, os trabalhadores e trabalhadoras pedem a publicação do edital do concurso público, prometido pelo prefeito que seria publicado até 31 de agosto deste ano. Uma nova assembleia está agendada para esta terça-feira (4), às 7 horas, no Pátio do Limpú da Comcap.
Desmonte
Desde a transformação da Comcap em autarquia, em julho de 2017, os problemas se acumulam, denuncia o sindicato. Dados coletados pelo Sintrasem, por meio da ouvidoria da Comcap, demonstram que a qualidade nos serviços caiu e que o sucateamento aumentou desde a mudança de regime da empresa.
"Faltam caminhões para fazer os roteiros de coleta de lixo, os carrinhos da limpeza de ruas estão quebrados, vassouras e pás em péssimos estado. A Comcap, que é uma das poucas empresas públicas de limpeza e coleta de lixo no país, sofre com a falta de investimentos e com o sucateamento proposital que visa a privatização dos serviços", diz trecho do texto divulgado pela entidade.
Como reação à organização dos trabalhadores, a Prefeitura divulgou nota ameaçando o corte de salário e a ilegalidade do movimento. "O prefeito, mostra, mais uma vez, sua arbitrariedade e falta de diálogo com a categoria. A direção do Sintrasem segue junto com os trabalhadores na cobrança de uma proposta que atenda o pedido de reivindicação dos grevistas", conclui.