Escrito por: Manoel Ramires

Procurador do Ministério Público tenta resolver impasse entre servidores de Curitiba e Legislativo Municipal

Reunidos na Praça Eufrásio Correia, servidores de Curitiba continuam a pressão para que Câmara não vote pacote de maldades do Executivo

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Procurador defende diálogo com os sindicatos

Após a suspensão da sessão plenária desta manhã que votaria os quatros primeiros projetos de lei integrantes do pacotaço do prefeito Rafael Greca, os vereadores de Curitiba se reuniram com representantes do Ministério Público do Paraná. Por volta das 14 horas desta terça-feira (13), o procurador-geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto entrou na Câmara dos Vereadores para articular uma reunião entre parlamentares e servidores. O procurador afirmou que  a abertura de diálogo com os sindicatos é importante para superar a tensão e o impasse sobre a votação do pacotaço.

Além da Polícia Militar (PM), que esteve reunida com representantes do legislativo municipal no período da manhã, o Ministério Público afirma que está disposto a ajudar a encaminhar a mediação da melhor maneira. Na reunião - que também foi acompanhada pelo ex-vereador André Passos, que hoje preside a Comissão de Direito Sindical da OAB-Paraná - o presidente da Câmara Municipal (CMC), Serginho do Posto, afirmou que o Plenário está paralisado desde às 9h e relatou que ocorreram diversas reuniões oficiais, mas que também há muita resistência dos trabalhadores sobre os trâmites da Casa.

Por outro lado, a vereadora Professora Josete afirmou que os projetos chegaram à CMC sem diálogo com as entidades sindicais. "A negociação deveria ter acontecido com o prefeito e foi trazida diretamente para a Câmara. Não tivemos condições de esclarecer tudo. São projetos que retiram vários direitos e prejudicam a vida dos servidores", alarma.

Para Josete, as emendas, que são acrescentadas durante a tramitação na CMC, não mudam os projetos. E afirma que o tensionamento não é à toa, argumento compartilhado pela vereadora Noemia Rocha, que disse que toda essa confusão é reflexo da falta de concessões do prefeito e da bancada governista. "Em nenhum momento as emendas atendem as demandas dos servidores. Por isso eles pedem a retirada dos projetos", expôs.

O vereador professor Euller, parlamentar declaradamente contrário ao pacotaço, sugeriu que o prefeito Rafael Greca retire os projetos da CMC. O parlamentar destacou que o regime de urgência assusta a todos, além de não estender o tempo para análise dos acréscimos feitos pela bancada governista.

Discursando em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, o vereador Mestre Pop afirmou que o prefeito quer cortar apenas na carne dos trabalhadores. Na mesa de reunião, disse que a crise pode ser enfrentada cortando cargos comissionados e recursos daqueles que lucram com a cidade.

É greve e a pressão contínua

Servidores de todas as categorias, ou seja, trabalhadores da base do Sismuc, Sismmac, Sinfisco, Sigmuc e SindCâmara, ocuparam a praça Eufrasio Correia. Eles continuam pressionando os vereadores e mobilizados para barrar a votação do pacotaço.

“Os servidores aderiram à greve e várias categorias estão aqui reunidas. Agentes administrativos e de endemias, trabalhadores polivalentes, servidores dos Cmei’s, da FAS, Smelj e FCC, enfermeiros das UPA’s e equipes de enfermagem das unidades de saúde, profissionais da vigilância sanitária e do SAMU e engenheiros e arquitetos do IPPUC somaram-se na nossa mobilização e estão firmes na luta”, elenca a coordenadora de Comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Soraya Zgoda.

“Também se juntam contra o pacotaço de Rafael Greca os profissionais das secretarias de Meio ambiente, Obras Públicas e de Urbanismo”, acrescenta a coordenadora de Movimentos Sociais, Castorina Berquo.